PSD: condicionamento no congresso é «censura»

O presidente do Sindicato de Jornalistas considerou esta sexta-feira a decisão do líder do PSD Madeira de condicionar a cobertura jornalística do congresso do partido, a decorrer este fim-de-semana, como uma forma de censura, escreve a Lusa.

«Estamos perante uma forma de censura prévia no acesso à informação que devemos repudiar veementemente», afirmou Alfredo Maia.

Apesar de admitir que «do ponto de vista formal, nada impede que o partido adopte medidas de restrição» à cobertura jornalística de trabalhos do congresso, o presidente do Sindicato de Jornalistas qualificou a decisão como «muito grave» e «nada saudável», nomeadamente por «assentar numa desconfiança absurda» em relação à isenção dos jornalistas.

A decisão «tem subjacente a ideia preocupante de vedar o acesso porque não se gosta dos critérios jornalísticos de alguns profissionais», sublinhou Alfredo Maia, classificando-a de «inaceitável».

«Esperamos que os dirigentes do PSD Madeira desistam desta ideia», até porque «o PSD tem responsabilidades de poder na região autónoma e na Assembleia da República» e «não pode ferir princípios fundamentais da democracia».

Congressos abertos dão «transparência»

O deputado social-democrata Agostinho Branquinho sublinhou esta sexta-feira que o PSD foi o primeiro partido a abrir os congressos à comunicação social e declarou-se a favor dessa abertura, considerando que dá outra transparência à vida partidária.

Agostinho Branquinho escusou-se a comentar directamente a decisão do PSD/Madeira, dizendo apenas que a estrutura regional do partido «tem legitimidade para dizer que a comunicação social não tem acesso ao seu congresso».

«Eu prefiro que os congressos do PSD nacional sejam abertos à comunicação social porque isso dá outra transparência à vida partidária. Pessoalmente, gosto do que o PSD nacional decidiu, acho que fez bem», acrescentou.

O deputado social-democrata referiu que a decisão do PSD/Madeira «não é inédita no PSD, no PS ou no CDS» e que «o PCP nunca abriu os seus congressos e o Bloco de Esquerda também não».