«O PS quer ver-se livre de José Sócrates» - TVI

«O PS quer ver-se livre de José Sócrates»

Eduardo Catroga

Eduardo Catroga diz que o secretário-geral do PS é «um grande actor, um mentiroso compulsivo, que vive num mundo virtual em que só ele tem razão»

Relacionados
Eduardo Catroga, antigo ministro das Finanças de Cavaco Silva e coordenador da elaboração do programa eleitoral do PSD, considera que «o PS quer ver-se livre de José Sócrates, mas só se vê livre se ele perder as eleições por uma margem significativa». Em entrevista ao jornal «Público», Catroga afirma que a eleição recente de Sócrates em congresso como secretário-geral do PS «faz parte da mise en scène partidária».

«Falamos com vozes influentes no PS e estão desejosos que Sócrates perca e com uma diferença significativa. O país precisa da renovação do PS, que o PS tenha um líder que não seja alvo de chacota como foi ontem no Financial Times». «Era importante que os portugueses resolvessem esse dilema do PS», defende.

«O PS tem um problema, foi capturado por um segmento defensor dos interesses instalados na sociedade. Portugal está encurralado. Há um grupo de interesses, não digo que seja só no PS, com ramificações políticas, sobretudo concertado com quem está no poder, algumas grandes empresas, alguns grandes empresários que não quero discriminar, que controlam a alocação de recursos do país», afirmou.

Questionado sobre o facto de as sondagens continuarem a dar o PS muito próximo do PSD, Eduardo Catroga diz que «faz parte das características dos demagogos conseguirem arrastar multidões».

«O Hitler tinha o povo atrás de si até à derrocada, até à fase final da guerra. Faz parte das características dos demagogos conseguirem arrastar multidões. José Sócrates, honra lhe seja feita, é um grande actor, um mentiroso compulsivo, que vive num mundo virtual em que só ele tem razão. Tem uma máquina de propaganda montada há seis anos, poderosa. E o PSD tem uma máquina artesanal no campo da comunicação».

«Mas eu tenho esperança que o bom senso prevaleça entre os portugueses e que quem levou o país à falência não pode liderar o processo de recuperação».
Continue a ler esta notícia

Relacionados