«UE: um directório dirigido por uma pessoa e meia» - TVI

«UE: um directório dirigido por uma pessoa e meia»

Freitas do Amaral criticou duramente a posição da Alemanha perante a crise

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O antigo ministro dos Negócios Estrangeiros Freitas do Amaral teceu hoje duras críticas à posição da Alemanha na crise sistémica do euro, após o ministro das Finanças alemão ter desvalorizado a reunião da cimeira europeia de domingo.

«A União Europeia deixou de ser uma união de Estados subordinados ao princípio de igualdade e passou a ser um directório dirigido por uma pessoa e meia», disse o também constitucionalista, que falava numa conferência organizada pela Antena 1 e «Jornal de Negócios», em Lisboa.

Freitas do Amaral explicou à audiência que tinha pensado fazer uma outra intervenção, mas depois de hoje ter lido as declarações do ministro das Finanças alemão, onde aquele desvaloriza a cimeira europeia de domingo, optou por abordar este tema.

«Merkel é hoje a presidente da União Europeia», acusou o constitucionalista, salientando que a chanceler alemã «não governa com as leis da União Europeia», uma vez que não foi eleita, mas «por conferência de imprensa».

Freitas do Amaral lembrou que Angela Merkel «é uma pessoa de formação luterana, mas Lutero, tendo sido um espírito esclarecido do ponto de vista teológico», na área política apresentou um «espírito reaccionário».

E esta marca de autoritarismo «ficou para sempre impregnada numa boa parte do povo alemão», concluiu Freitas do Amaral.

O constitucionalista, que disse esperar que «o Espírito Santo» ilumine os representantes europeus na cimeira de 23 de Outubro, alertou que se não for encontrada uma solução para a crise, esta alargar-se-á à Europa e, posteriormente, ao resto do mundo.

«A minha convicção é de que os mercados reagirão muito mal» na segunda-feira, caso não seja encontrada uma solução para a crise, «o que se transformará num problema geral da União Europeia, logo mundial».
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