PS rejeita críticas de Ferro - TVI

PS rejeita críticas de Ferro

  • Portugal Diário
  • 3 jan 2008, 10:38

Vitalino Canas diz que necessidade de fazer reformas pode criar uma ideia de insensibilidade

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O porta-voz do Partido Socialista (PS), Vitalino Canas, rejeitou hoje que exista arrogância no governo, justificando que a necessidade de fazer reformas «duras» e «inevitáveis» pode criar uma ideia de insensibilidade por parte do Executivo.

Vitalino Canas comentava à agência Lusa a entrevista do ex-secretário-geral do PS Ferro Rodrigues, publicada hoje pela revista Visão, em que o antigo líder socialista avisava que se o actual Governo pede sacrifícios é «indispensável» que o faça com «menos arrogância e mais humildade».

«Não existe arrogância, há é medidas e reformas que têm que ser tomadas, que parecem duras e têm impacto na vida dos cidadãos, mas são inevitáveis», disse Vitalino Canas, admitindo que a aplicação dessas medidas pode dar a ideia de que o Governo é «insensível».

Na entrevista à Visão, com a qual o ex-ministro de António Guterres e actual chefe da delegação portuguesa na OCDE, em Paris, quebra um período de cerca de três anos de silêncio em matéria de intervenções na vida política, Ferro Rodrigues fala ainda de um «PS com pouca vida própria».

Confrontado com esta crítica, Vitalino Canas considera «normal» que quando uma força política assume a governação do país, as «atenções e os holofotes» se centrem na actividade do Governo.

Ressalvou, contudo, que, por estar fora de Portugal e não participar activamente na vida política, a opinião de Ferro Rodrigues «é distante» e «não totalmente informada sobre a vida interna do PS».

«A opinião do ex-secretário geral do PS é certamente importante e tem de ser analisada», acrescentou Vitalino Canas.

O processo Casa Pia é outro dos capítulos fortes da entrevista que Ferro Rodrigues concedeu à revista Visão.

O ex-secretário-geral do PS lamenta que, «até hoje, a justiça não tenha apurado as razões e as motivações» de indivíduos que diz terem-no caluniado na fase de inquérito do processo.

Ferro Rodrigues abandonou a liderança do PS em Julho de 2004, depois de o ex-Presidente da República Jorge Sampaio ter recusado a exigência do PS de convocar eleições legislativas antecipadas logo após a saída de Durão Barroso do cargo de primeiro-ministro para exercer as funções de presidente da Comissão Europeia.

Na entrevista, Ferro afasta o cenário de um regresso a curto prazo à vida política «com o actual sistema», alegando que não gosta «de algumas formas como o poder político, judicial e mediático se relacionam».
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