PS compreende decisão de Pina Moura

O porta-voz do PS, Vitalino Canas, considerou hoje «compreensível» a decisão de Pina Moura abandonar todos os cargos políticos na direcção do partido e o seu lugar de deputado socialista para integrar a administração da Media Capital, noticia a agência Lusa.

Pina Moura, ex-ministro dos dois governos de António Guterres entre 1997 e 2002, revelou à Lusa que vai deixar os lugares de deputado e de membro das comissões Política e Nacional do PS para se dedicar, apenas, à gestão, passando a integrar a administração da Media Capital e mantendo-se como presidente da Iberdrola Portugal.

«Entreguei ao senhor presidente da Assembleia da República, Dr. Jaime Gama, o pedido de renúncia ao mandato de deputado para o qual fui eleito em Fevereiro de 2005», afirmou Joaquim Pina Moura.

Em reacção a esta decisão de Pina Moura, o porta-voz do PS classificou-a como «normal e compreensível», embora acrescentando que se trata de «uma perda para o Grupo Parlamentar» socialista «e para o partido».

«Compreende-se perfeitamente que Pina Moura não queira misturar funções políticas com funções de gestão num grupo de comunicação social», disse Vitalino Canas.

No que respeita às circunstâncias em que o ex-ministro de Guterres vai assumir um lugar na administração de um grupo de comunicação social, depois de ter desempenhado funções governativas e partidárias de relevo no PS, Vitalino Canas referiu que, numa interpretação estrita da lei das incompatibilidades, «Pina Moura até poderia manter o seu lugar de deputado na Assembleia da República».

«Não existe qualquer incompatibilidade a esse nível. No entanto, Pina Moura decidiu ir mais longe do que a lei exige», advogou Vitalino Canas.

Até ao momento, a direcção do Grupo Parlamentar do PS não fez qualquer declaração sobre a decisão de Pina Moura abandonar o seu lugar de deputado.