BPN: oposição apoia decisão, mas quer explicações - TVI

BPN: oposição apoia decisão, mas quer explicações

Teixeira dos Santos

Partidos querem saber como foi possível chegar a esta situação. BE exige que sejam accionistas a pagar prejuízos. CDS-PP chama governador do Banco de Portugal ao Parlamento

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O Governo anunciou este domingo, após um Conselho de Ministros extraordinário, que vai propor à Assembleia da República a nacionalização do Banco Português de Negócios (BPN).

O ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, explicou que o Governo decidiu propor à AR a nacionalização do BPN porque o banco se encontra numa situação «muito delicada», estimando-se perdas acumuladas de 700 milhões de euros.

O CDS-PP vai chamar ao Parlamento com «carácter de urgência» o Governador do Banco de Portugal. «É importante saber se os portugueses podem confiar no supervisor Banco de Portugal», afirmou Paulo Portas, que acusa Vítor Constâncio de agir tarde demais. «Só chega ao fogo quando a casa já ardeu e não é para isso que lhe pagam o maior salário do regime».

O Bloco de Esquerda anunciou ser a favor da nacionalização, mas desde que os accionistas «paguem os prejuízos».

Francisco Louçã concorda que a medida de nacionalização que o Governo quer tomar é «necessária para acabar com aldrabice em que se transformou a gestão» do banco, mas o BE quer «garantir que nem um tostão dos impostos serve para pagar os prejuízos. Quem causou os prejuízos é que tem de vir pagá-los, que são os accionistas e os administradores».

Já o PCP assumiu uma posição de cautela na sua reacção, justificando que pretende «conhecer melhor essa proposta». Porém, os comunistas avisaram que só apoiarão esta medida, que o Executivo vai propor à Assembleia da República, caso não se trate de uma acção temporária, «para depois devolver o banco aos accionistas».

Cautela é a palavra de ordem da maioria das reacções. O PSD deu o seu aval ao anúncio do Governo, mas «sob reserva». Uma posição final só será conhecida após os sociais-democratas estarem na posse de todos os dados, anunciou o líder parlamentar Paulo Castro Rangel.

O PS saúda as medidas, que considera «necessárias» e uma prova de que o Governo não hesita» quando está em causa estabilidade do sistema financeiro.

O social-democrata Passos Coelho considerou também que a intervenção do Estado no Banco Português de Negócios «talvez se justifique», mas alertou que o Governo ainda tem de esclarecer «muitas dúvidas». «É uma medida que talvez se justifique sobretudo para proteger os interesses dos depositantes e para evitar um risco de contágio a outros bancos».

Última actualização às 20h30
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