Professores: BE e PCP atacam avaliação - TVI

Professores: BE e PCP atacam avaliação

Debate parlamentar - Foto de Mário Cruz para Lusa

Francisco Louça apresentou caso polémico de escola em Leiria

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Tanto o PCP como o BE atacaram esta sexta-feira as mudanças no sistema educação, de forma particular os critérios na avaliação de professores. O líder bloquista, Francisco Louça, apresentou mesmo um caso, em Leiria, em que na grelha de desempenho dos docentes, no âmbito da dimensão ética, surge um critério que avalia se estes criticam ou não as mudanças políticas no sector.

No documento da escola no agrupamento escolar Correia Mateus, de Leiria, lê-se num dos indicadores: «Verbaliza a sua insatisfação/satisfação face a mudanças ocorridas no Sistema Educativo/na Escola através de críticas destrutivas potenciadoras de instabilidade no seio dos seus pares».

Francisco Louça, que fez distribuir o documento pelos jornalistas na Assembleia da República, acusou-o de ser da autoria de «uma zelote do Partido Socialista em Leiria à frente de um conselho executivo».

«É claro que é um caso. Mas é um caso que envergonha», considerou Louça, desafiando Sócrates, a dizer se «aceitaria ser avaliado» nestes parâmetros se fosse docente.

«Não tenho medo nenhum de si»

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«Há alguém que se atreve a dizer aos professores que quer avaliá-los pela sua aceitação e fidelidade ao Governo», reforçou o líder bloquista.

José Sócrates, por seu lado, garantiu que «a responsabilidade é da escola e não é de nenhum ofício ou de nenhum documento do Ministério da Educação» e acusou o BE de «tentar denegrir uma das reformas mais importantes baseando-se num caso que procura generalizar sem nenhuma razão».

«O senhor incendeia as escolas»

Louçã investiu de novo. «O problema na escola é a gestão democrática. O senhor incendeia as escolas. Nas escolas o grande problema é melhorar o insucesso escolar, melhorar a qualificação e por isso puxar pelas qualidades dos professores».

E recordou os acontecimentos do último sábado no Porto, em que alguns professores que participaram num protesto foram identificados pela PSP, depois de terem falado com jornalistas. «Deveria perceber que um professor que faz uma declaração à televisão e é interpelado pela polícia é uma vergonha para o país», referiu.

José Sócrates defendeu-se. «Acredito nas manifestações e no direito à manifestação. Mas não acredito no insulto e nas vaias e muito menos acredito nas manifestações ilegais convocadas para as sedes dos partidos», assinalou o primeiro-ministro, fazendo menção ao protesto de que foi alvo, há cerca de duas semanas, à entrada da sede do PS.

«Junte-se à marcha»

O líder do PCP, cujo partido tem sido acusado pelo Governo de estar por trás de alguns destes protestos, também deixou algumas críticas ao Executivo.

«Não é a autoridade que dá o saber, mas o saber que dá autoridade», afirmou Jerónimo de Sousa, numa crítica a José Sócrates, questionando-o: «Como é possível manter um modelo que todos rejeitam?»

O líder comunista convidou ainda o primeiro-ministro a juntar-se à marcha de docentes marcada para este sábado, em Lisboa.
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