Pacheco Pereira: vem aí «uma das décadas mais negras da história» - TVI

Pacheco Pereira: vem aí «uma das décadas mais negras da história»

Pacheco Pereira e Luís Amado

Deputado do PSD alerta para os próximos 10 anos dominados pelos efeitos da crise e por «um longo período de vacas magras, conflitualidade e perigosa perda de expectativas»

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A próxima década será «uma das mais negras da história contemporânea» portuguesa, dominada pelos efeitos da crise e por «um longo período de vacas magras, conflitualidade e perigosa perda de expectativas». O alerta é do deputado social-democrata José Pacheco Pereira.

«O que poderia dar mais esperança aos portugueses era ter uma década de austeridade, que não recuasse ao primeiro sinal positivo e que permitisse chegar ao final da década pelo menos com uma mitigação dos problemas do défice e da competitividade», defendeu, citado pela Lusa. «Se conseguíssemos isso, sairíamos menos-mal da década, mas acho difícil», admitiu.

Pacheco Pereira falava durante as I Jornadas da Associação Empresarial de Portugal (AEP), que decorrem esta sexta-feira no Porto e onde apresentou «Uma visão para Portugal 2020».

Assumindo o «pessimismo» como «um exercício de lucidez», o deputado do PSD apontou quatro tipos de «condicionantes fundamentais» que irão definir a próxima década: restrições de ordem económica e financeira, de ordem social, de ordem política e de ordem internacional.

A nível económico e financeiro, Pacheco Pereira destacou os problemas do défice, da dívida, da falta de competitividade e da «crise do modelo social», que, garantiu, «não vão desaparecer a médio/longo prazo».

Para Pacheco Pereira, «o principal efeito a curto prazo desta crise foi a efectiva perda de soberania e de independência nacional», fruto da «deslocação dos centros de decisão que eram, em grande parte, nacionais, para terreno internacional». Como consequência, Portugal tem hoje «uma autonomia política fictícia, porque grande parte das decisões se mudaram para o exterior».

No que se refere aos condicionalismos sociais, o deputado e professor universitário salientou o aumento da pobreza, nunca «verdadeiramente eliminada em Portugal» e que actualmente «se alargou a novas áreas» sociais.

Uma situação que «se resume a uma perda de expectativas» que considerou ser «uma das consequências mais trágicas» e «socialmente muito perigosa», porque potenciadora de «agitação social dura».

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