Descolonização «não foi a melhor, muito longe disso» - TVI

Descolonização «não foi a melhor, muito longe disso»

Cavaco com Ramalho Eanes

Ramalho Eanes considerou também que o 25 de Abril não respondeu às aspirações dos portugueses

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Ramalho Eanes assumiu que a descolonização «não foi a melhor, muito longe disso», considerando, porém, «pouco razoável» uma não independência de Cabo Verde, e reconheceu que o 25 de Abril fracassou na resposta às aspirações dos portugueses.

O ex-Presidente da República referiu que a descolonização «foi a possível», acrescentando que «se fez o que se pôde», atendendo à «situação que se vivia no momento», em Portugal e no mundo.

No entanto, considerou que «pensar em Cabo Verde numa situação política diferente é pouco razoável».

Na entrevista à Antena 1, Ramalho Eanes criticou a pouca seriedade da comunicação social, defendeu o serviço público de televisão sem publicidade e regulado por um Conselho Superior de Televisão e aludiu à «situação financeira dramática» de Portugal, fruto da «fraca poupança e do endividamento».

O antigo chefe de Estado admitiu que, passados 36 anos, o 25 de Abril «não conseguiu responder às aspirações justas e fundadas e aos interesses legítimos da maioria dos portugueses», suscitando a «situação perversa» de que o poder, enquanto «instituição» democraticamente eleita, «não funciona, porque a sociedade não sabe fazê-la funcionar de maneira correcta».

Ramalho Eanes referiu que, «muitas vezes», a comunicação social «não tem a seriedade devida e mostra o que é acidental», impedindo o país de se instruir e defendeu o serviço público de televisão sem o «constrangimento» da publicidade, com uma programação elaborada e regulada por um Conselho Superior de Televisão.
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