«Agora é preciso um 25 de Abril novo» - TVI

«Agora é preciso um 25 de Abril novo»

Louçã dirigiu-se aos socialistas, aos jovens e aos eleitores de PSD e CDS descontentes, apelando à construção de «uma maioria» contra «o Estado brutal»

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O líder do BE rejeitou ainda a ideia de que o acordo é inevitável, afirmando que os eleitores são soberanos: «O povo é que decide, agora é preciso um 25 de Abril novo».



Num discurso de cerca de 40 minutos, o coordenador da comissão política do BE utilizou as palavras do líder parlamentar do PS, Francisco Assis, para dizer que «não há razão para euforias» com o plano de austeridade e citou um texto de António Nogueira Leite, economista e dirigente do PSD próximo da actual liderança, sobre a intervenção do FMI na Grécia.

«Vou citar um homem de direita, Nogueira Leite, um homem de três partidos, PS, PSD e o Grupo Mello, um economista que há uns meses atrás dizia sobre o FMI ¿ Houve uma quebra brutal do nível de vida, assistimos a uma transferência brutal do fator trabalho para o factor capital. Sim, tem razão», afirmou Louçã.

O líder do BE dirigiu-se também aos participantes na manifestação da Geração «À Rasca», que juntou «gente tão diferente», lançando o repto: «Se gostaste do 12 de Março faz o teu 5 de Junho, mostra a este país o que tens a dizer, por ti e pelos outros¿.

Na sua intervenção, o líder do BE acusou o PS de ter «um problema mal resolvido com o país», ao dizer «o que não faz» e fazer «o que não diz», e de estar numa corrida com o PSD para «privatizar, privatizar, privatizar».

«Para efeito de debates futuros, quando fizermos a conta contada do privatizar, privatizar, privatizar, o PS conseguiu o feito histórico de privatizar três vezes mais do que os governos da direita, 26 mil milhões de euros em privatizações», assinalou.

Louçã referiu-se ainda ao programa eleitoral do PSD, a ser apresentado esta tarde, para dizer que tem «um gato escondido com rabo de fora», ao propor uma redução da taxa social única que terá de ser compensada necessariamente, disse, por um aumento de dois pontos no IVA.

Já o CDS-PP, acusou Louçã, «abandonou» os reformados e pensionistas ao acordo com a ¿troika¿ por «calculismo político».

«Quando nos dizem que está tudo acabado, meus amigos, que os próximos três anos são coma, quanto mais insistem na desistência, mais nos levantamos, quando nos dizem que a incompetência da brutalidade social e do Estado brutal é a única solução para o país, mais resgatamos os valores da esquerda e da democracia, quando nos dizem que o protectorado é inevitável, mais afirmamos o respeito», concluiu.
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