O encerramento da Maternidade Alfredo da Costa marcou o debate parlamentar sobre Saúde, com os deputados a questionarem o ministro e Paulo Macedo a lembrar que a medida «nem sequer é nova» e vem sendo abordada desde 2005. Paulo Macedo justificou ainda o número de partos e salientou que o «país não é Lisboa».
«O anúncio oficial de uma morte anunciada [da Maternidade Alfredo da Costa] vem desde 2005», disse o ministro da Saúde, Paulo Macedo, lembrando o início do primeiro Governo de José Sócrates (PS), quando terá sido reconhecido que «tecnicamente uma maternidade monovalente não faz sentido».
«Vale a pena abordar a matéria de uma forma séria, sem populismo e demagogia» disse Paulo Macedo, adiantando que tem «respeito pela MAC e pelos seus profissionais» mas muito pouco pelo edifício, numa referência a alegados interesses imobiliários levantados recentemente pelo Partido Comunista.
O ministro lembrou que a MAC sofreu uma redução de 6.000 para 3.000 partos anuais e que os casos mais complicados já são atualmente atendidos no Hospital Dona Estefânia.
Segundo Paulo Macedo, a existência de nove maternidades públicas em Lisboa põe em risco os 1.500 partos necessários para a classificação de maternidade no Hospital de Santa Maria que corre, por isso, o risco de perder esta valência.
O fecho da MAC foi questionado por praticamente todos os grupos parlamentares, com o deputado Bernardino Soares (PCP) a afirmar que esta «não é apenas uma questão de concentração».
«A maternidade não é repartível», disse, sublinhando que «repartir a MAC, mesmo que nada se perdesse pelo caminho, seria perder uma parte importante daquele todo integrado».
João Semedo (BE) deixou uma pergunta a Paulo Macedo: «Como é que o Ministério da Saúde quer melhorar os serviços, fechando a melhor e maior maternidade do país?»
Em defesa do Governo, Conceição Caldeira (PSD) disse que este encerramento está previsto desde 2008.
O debate começou com uma intervenção do deputado socialista António Serrano, que alertou para «o agravamento» do estado da saúde.
António Serrano disse que é «dramático» o que se passa na área da oncologia com cada vez mais casos de doentes que confessam aos médicos não ter dinheiro para adquirir os tratamentos.
O deputado defendeu uma agenda política de saúde «assente num Plano Nacional de Saúde» e lamentou que este documento ainda não tenha sido apresentado.
As críticas estenderam-se depois «ao nível das unidades dos cuidados continuados» que «estão prontas mas não têm acordo governamental para entrar em funcionamento».
António Serrano confrontou o ministro da Saúde com a lista de inscritos para cirurgia que «está de novo a aumentar» e para os sinais da deterioração dos serviços, «cada vez mais visíveis».
MAC: «O país não é Lisboa», lembra ministro
- tvi24
- CLC
- 11 abr 2012, 18:30
Encerramento da Maternidade Alfredo da Costa marcou o debate parlamentar sobre Saúde
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