Banca: «vamos assistir a sobreviventes, vencedores e vencidos»

A actual crise financeira vai agitar a banca portuguesa e, perante este cenário de instabilidade, vamos assistir a instituições financeiras sobreviventes, vencedoras e vencidas. Esta é uma das principais conclusões do estudo da consultora A.T. Kearney, divulgado esta quarta-feira.

Isto, porque no entender da mesma, a «receita de sucesso» que tem vindo a vigorar nos últimos anos, assente na concessão de crédito imobiliário e construção, está esgotada, tornando os bancos portugueses mais expostos a riscos de liquidez.

«A crise financeira internacional, a retracção da economia e as medidas regulatórias tomadas recentemente colocam a banca portuguesa perante um contexto de negócio totalmente novo», salienta.

Afasta cenários de fusões

Apesar de reconhecer que nenhum banco no mercado nacional está situação perfeita, o «Managing Director» da A.T. Kearney Portugal, João Rodrigues Pena, admite que «há uns em melhores condições do que os outros», mas afasta, para já, possíveis fusões em 2009.

«Somos optimistas, acreditamos que as instituições financeiras vão ser capazes de passar para o nível de sobreviventes ou vencedores e, estes últimos, não são necessariamente predadores», salienta.

Fórmula de sucesso

Para o responsável, a banca terá de começar a apostar mais na sua estratégia comercial (com maior enfoque no cliente), na optimização de custos e eficiência comercial e reforçar o modelo de «corporate governance».

«Os vencedores terão de assegurar níveis elevados de eficiência operativa, distinguindo-se quer através dos rácios cost to income inferiores a 45%, graças ao investimento em soluções estruturais avançadas de racionalização de custos quer pela excelência na gestão do crédito mal parado», conclui.