Proposta de nacionalização do BPN vai hoje ao Parlamento

A proposta de nacionalização do BPN vai esta quarta-feira a votos no Parlamento. Uma solução avançada pelo Governo de José Sócrates para evitar a falência da instituição financeira, depois de perdas na ordem dos 700 milhões de euros.

Recorde-se que, o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, admitiu que a nacionalização não se deve à actual crise financeira internacional, mas sim a situações particulares, de legalidade duvidosa.

Uma medida que foi fortemente criticada pelo ainda actual líder do BPN, Miguel Cadilhe, que classificou como uma «solução desproporcionada e tardia», afirmando que esta não foi a decisão que propôs e recusou continuar à frente da instituição após a passagem do controlo para o Estado.

O responsável apontou ainda o dedo ao trabalho de supervisão por parte do Banco de Portugal, dizendo que houve «falha grave e demorada».

O ministro das Finanças reagiu às acusações de Cadilhe e considerou a proposta-e que envolvia a injecção de 600 milhões de euros-demasiado «onerosa para os contribuintes».

Constâncio no Parlamento

O presidente da Associação Portuguesa de Bancos, João Salgueiro, em declarações à Agência Financeira (AF), afirmou que o BPN «era um caso isolado».

Já para o economista Mira Amaral, esta falência já era expectável para aqueles que conhecem o sistema financeiro. «O BPN comprava activos a preços inexplicáveis e praticava taxas nos depósitos que dificilmente davam rentabilidade ao banco», referiu à AF.

O que é certo é que o Governador do Banco de Portugal irá ser ouvido no Parlamento para falar sobre as irregularidades no Banco Português de Negócios, uma proposta do CDS. No entanto, o PS deverá rejeitar o pedido do Bloco de Esquerda para ouvir os ex-responsáveis do banco.