Patrões: 10% da nossa energia eléctrica já é de origem nuclear

Os empresários portugueses não querem ver a opção pela energia nuclear fora da mesa. Para a Associação Industrial Portuguesa Confederação Empresarial (AIP-CE), a Associação Empresarial de Portugal (AEP) e a Confederação da Indústria Portuguesa (CIP), este é um ponto que não está posto de parte e que deve ser discutido e assumido por quem tem poder para decidir nesta matéria, ou seja, o Governo e as empresas do sector, além dos próprios utilizadores.

Numa conferência de imprensa conjunta, o presidente da AIP, Rocha de Matos, considerou que o argumento do risco não é aceitável quando existem centrais nucleares em território espanhol tão perto da fronteira portuguesa que, em caso de acidente, o território nacional seria tão afectado como se a central se situasse cá dentro.

O comendador lembrou que «cerca de 13% da energia eléctrica que consumimos é importada de Espanha e Espanha importa sensivelmente o mesmo de França, onde a maioria da energia eléctrica é de origem nuclear. Portanto, cerca de 10% da energia eléctrica que consumimos em Portugal já tem origem nuclear».

Para Rocha de Matos, «já estamos nesse mundo, temos de o assumir. É uma hipocrisia a situação em que estamos, porque assim só temos as vantagens e nenhum inconveniente».

A solução, caso a opção pelo nuclear seja assumida, passaria por «uma boa parceria no quadro ibérico, com empresas que já têm licenças».