Enfermeiros marcam nova greve de dois dias para Novembro

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) organizou uma greve a 12 e 13 de Outubro contra o aumento da idade da reforma dos 57 para os 65 anos.

José Carlos Martins, da direcção do sindicato, assumiu hoje que a «radicalização da luta» se deve à ausência de respostas do Ministério da Saúde (MS) às exigências dos profissionais de enfermagem.

Na altura da greve de Outubro, o ministro da Saúde, António Correia de Campos, recusou a possibilidade de existirem alterações à lei da idade da reforma para a administração pública nas profissões do sector «quaisquer que sejam as greves que venham a ser feitas».

«A questão principal é a da igualdade de tratamento de todas as profissões do sector público», afirmou então o ministro, pelo que «não haverá qualquer regra de excepção».

José Carlos Martins contesta esta posição do MS, afirmando que «o Governo, na sua proposta de legislação, já abriu excepções, ao decidir manter alguns regimes especiais de aposentação».

Para o SEP, os critérios que levaram o Governo a tomar desta decisão «só podem ser suportados pelo estudo de avaliação funcional» das várias profissões, «a que obriga uma resolução do Conselho de Ministros» e que «o MS nunca apresentou no caso dos enfermeiros».

Perante isto, o SEP entrega hoje no MS uma compilação de estudos «que demonstram cientificamente que a profissão de enfermagem é de risco e especialmente penosa», argumentou José Carlos Martins.

Os enfermeiros entregam também ao ministro da Saúde «milhares de cartas» de profissionais que exigem ao MS a «abertura de um processo negocial para uma nova carreira de enfermagem», adiantou José Carlos Martins.