Governo tem que exigir  responsabilidades à General Motors - TVI

Governo tem que exigir responsabilidades à General Motors

Francisco Louçã

O Bloco de Esquerda (BE) apelou ao Governo que exiga responsabilidades à General Motors.

Relacionados
O BE rejeitou esta quarta-feira a possibilidade de encerramento da Opel da Azambuja, propriedade da General Motors (GM), apelando ao Governo que exija a esta empresa respeito pelo contrato de produção até 2008 que assinou com o Estado português.

«É altura de pedir a estas multinacionais responsabilidades pelos contratos que assinam», afirmou o líder do BE, Francisco Louçã, em conferência de imprensa no Parlamento.

O deputado bloquista prometeu questionar directamente o Governo sobre esta matéria na próxima quinta-feira no Parlamento, data em que está agendada uma interpelação do BE sobre o desemprego.

«A GM não só recebeu incentivos no valor de 43 milhões de euros para se instalar em Portugal, como obteve benefícios fiscais e apoio à formação que ultrapassam os 80 milhões de euros», destacou, lamentando que nos últimos cinco anos 58 multinacionais se tenham retirado de Portugal.

Para o BE, o despedimento dos cerca de 2.000 trabalhadores (directos e indirectos) da Opel da Azambuja seria «um crime contra a economia», que poderia ter «um efeito dominó» no sector da indústria automóvel.

«A concretizar-se, é talvez um dos maiores despedimentos colectivos nos últimos tempos em Portugal», salientou o deputado do Bloco e trabalhador da Autoeuropa António Chora.

Para António Chora, os trabalhadores da Opel da Azambuja são «os menos responsáveis» pelos resultados negativos da empresa, que diz ser a segunda mais produtiva do grupo.

O Bloco contesta igualmente um estudo invocado pela GM Europa, até agora não divulgado, segundo o qual a produção do modelo Combo na fábrica da Azambuja custa mais 500 euros por unidade que noutras unidades do grupo no continente.

«Esse valor é uma aldrabice. O Governo, tal como fazem os trabalhadores, deve exigir o conhecimento público desse estudo», apelou Francisco Louçã.

O BE apresentou ainda algumas propostas que alegam garantir a viabilidade da Opel da Azambuja e que passam pela criação de plataformas tecnológicas com outras empresas do sector e a criação de um «cluster» de produção automóvel.
Continue a ler esta notícia

Relacionados