Petrolíferas recorrem a promoções e despedimentos

As petrolíferas não vêem outra solução para combater a queda de vendas de combustíveis a não ser optar por mais promoções para atrair os clientes e reduzir os custos, através de despedimentos e encerramento de postos.

Numa conferência promovida pela Associação Portuguesa das Empresas Petrolíferas (APETRO), vários responsáveis do sector falaram sobre a crise dos combustíveis, cuja alta de preço está já a fazer cair as vendas.

O secretário-geral da associação, José Horta, admitiu que a subida dos preços está a contribuir para fazer cair o consumo, a par com o desvio de compras para Espanha, onde os preços são bem mais baixos. Em Novembro, a APETRO calculava que Portugal perdia 147 milhões de euros em combustíveis para Espanha. Um valor que agora, deverá estar «ainda mais alto». A associação nota que o mercado da gasolina está em queda e eu, mesmo no gasóleo, os consumidores estão «mais sensíveis ao preço».

Do mesmo modo, também o presidente da associação, João Pedro Brito, que é também o responsável pela área de retalho da Galp Energia, admitiu que este «é um momento complicado para as áreas de distribuição das companhias», porque «a procura está em retracção» e «as margens das retalhistas são muito pequenas».

Em resposta, diz, «as empresas tentarão fazer mais promoções e controlar a estrutura de custos», nomeadamente reduzindo pessoal e encerrando postos de abastecimento.

Também o presidente da BP em Portugal, António Comprido, admitiu que a empresa terá de «fazer uma racionalização». Há dois anos a empresa fez uma reestruturação, reduzindo 25% do seu pessoal e garante que está «permanentemente a actuar do lado dos custos», confirmando que, nestas situações, é inevitável uma redução dos postos de trabalho.