PT pode rever posição sobre OPA da Sonaecom se preço subir - TVI

PT pode rever posição sobre OPA da Sonaecom se preço subir

Sonae e PT

A Portugal Telecom (PT) pode rever a sua posição relativamente à OPA lançada pela Sonaecom se esta revir em alta a contrapartida de 9,5 euros por cada acção, disse Henrique Granadeiro, chairman e CEO da PT.

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Adiantou que o preço «não é o único elemento determinante mas é sem dúvida nenhuma para os accionistas um elemento muito importante».

Henrique Granadeiro, que falava aos jornalistas à margem de uma cerimónia que assinalava a cobertura total em banda larga do território nacional, disse que não há, actualmente, nenhuma razão para alterar a posição do conselho de administração à OPA da Sonaecom, «uma oferta que não é conveniente para os nossos accionistas» e que «eles devem rejeitar», cita a agência «Reuters».

O chairman e CEO da PT disse que o conselho de administração nunca foi consultado, nem se pronunciou se gostaria que o Governo se pronunciasse sobre a OPA da Sonaecom antes da Autoridade da Concorrência (AdC) emitir a sua opinião sobre o projecto de concentração entre a Sonaecom e a PT.

Henrique Granadeiro e Belmiro têm «boa relação pessoal»

O responsável pela operadora de trelecomunicações afirmou que tem «uma relação pessoal bastante boa com o eng. Belmiro» mas que «agora estão em sectores opostos» e que compete à PT elucidar os seus accionistas, tanto internamente, como no exterior, sobre as razões que levaram o conselho de administração a considerar a OPA da Sonae hostil e a rejeitá-la.

«Se eles (Sonaecom) revirem o preço, logo se verá. O preço não é o único elemento determinante mas é sem dúvida nenhuma para os accionistas um elemento muito importante», disse Henrique Granadeiro.

O chairman da PT adiantou que o actual momento é de «esperar para ver» e que «não é tempo da administração da PT se pôr em bicos de pés», não adiantando se a PT estaria disposta em melhorar a remuneração aos accionistas relativamente aos três mil milhões de euros, a três anos, anunciados quando deu a resposta à OPA lançada pela Sonaecom, cita a mesma agência «Reuters».

«Não sei se a OPA se vai realizar ou não porque está dependente da decisão dos reguladores», disse Henrique Granadeiro.

Recorde-se que o Estado detém uma golden share de 500 acções na PT, tendo ainda indirectamente cerca de sete pct do capital da operadora de telecomunicações através de empresas do Estado.

PT mantém estratégia de crescimento internacional

Henrique Granadeiro disse que a PT não está vendedora de activos, mantendo uma estratégia de crescimento internacional, com as atenções apontadas para a África, Ásia e América Latina.

«A PT não pode deixar de ter uma presença de crescimento em África, Ásia e América Latina», disse Granadeiro, adiantando que a empresa prossegue o objectivo de que 50% do EBITDA seja gerado pelas operações internacionais.

O chairman da PT disse que não fazia comentários a notícias, não confirmadas, de que a Telefonica já teria acordado com a Sonaecom a venda a esta da sua posição no incumbente nacional, enquanto aquela alienaria as posições detidas na brasileira Vivo e na marroquina Méditel.

Disse que a PT tem mantido contactos com a Telefonica mas também com outros accionistas, nacionais e estrangeiros, no âmbito da OPA em curso.

PT em conversações com Telefónica

«É público que tenho falado com a Telefonica, mas tenho falado com muitos accionistas», disse Granadeiro.



«Nós fazemos road shows para passar a nossa posição, a Sonaecom faz road shows junto dos nossos accionistas para fazer passar a deles», disse.
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