Vinte por cento das empresas de construção perdem alvarás para 2005 - TVI

Vinte por cento das empresas de construção perdem alvarás para 2005

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A entrada em vigor da lei que obriga as empresas de construção a revalidarem anualmente o alvará que as habilita a trabalhar no sector levou ao encerramento de cinco mil e à queda de classe (que determina o valor máximo das obras que estão autorizas a fazer) de mais de 1.600.

As associações representativas do sector aplaudem. «Nós só podemos aplaudir esse facto, porque um dos problemas do sector é estar enxameado de pseudo-empresas», afirmou ao Público Manuel Agria, da Associação Nacional de Empreiteiros de Obras Públicas (ANEOP), referindo-se à concorrência desleal que exerciam, ao praticarem «preços aviltados», que prejudicavam «toda a economia do sector e o próprio país».

Também Rui Viana, presidente da Associação dos Industriais de Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN), admitiu não ter qualquer tipo de surpresa «no desaparecimento de empresas fantasma», lembrando que «era uma coisa que estava anunciada há muito tempo».

O impacto económico e social do desaparecimento destas empresas é desvalorizado - a ANEOP relembra que «o prejuízo que elas traziam ao país e à economia é bem superior ao impacto que agora vai haver» -, com as associações a projectaram as suas principais preocupações para a repercussão económica que tem a actual situação política.

Por isso, a Federação Portuguesa da Indústria da Construção e das Obras Públicas (FEPICOP) endossou uma carta a todos os partidos políticos com assento parlamentar a relembrar que «a perda acumulada de 20 pontos percentuais em três anos» teve consequências que «pouco serão atenuadas com o modesto crescimento esperado para 2005». «Existe por isso cada vez menos margem de manobra para períodos de hesitação ou incertezas para que tudo mude e nada se altere», refere a Fepicop na carta enviada aos partidos.

Rui Viana afirmou ao diário que esta missiva surge como «o very-light que o náufrago envia a título de desespero». «Mesmo quando não há muita esperança, se quem está a naufragar não vê ninguém à volta, continua a pedir ajuda. É o que nós sentimos: tenho muitas reservas nos políticos e nas políticas», afirmou.
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