Ministro das Finanças «já estava à espera» de revisão em baixa

O ministro das Finanças disse esta terça-feira que a revisão em baixa do crescimento económico pelo Banco de Portugal era esperada e reflecte uma situação difícil da conjuntura internacional onde a economia portuguesa se desenvolverá.

O Banco de Portugal (BdP) reviu esta terça-feira em baixa o crescimento da economia portuguesa para este ano, antecipando agora uma expansão de 1,2 por cento face aos 2,0% previstos em Janeiro.

«Esta revisão em baixa do crescimento económico em Portugal reflecte uma situação particularmente delicada e difícil da situação económica internacional (1,2 e 1,3% para o próximo ano) e que tem a ver de facto com as condições externas em que se desenvolverá a economia portuguesa», afirmou Teixeira dos Santos, que respondia a questões da agência «Lusa» à margem de uma exposição organizada pelo Instituto Vale Flor, no Arquivo Histórico em São Tomé.

Afirmando que esta é uma revisão que «o senhor governador já tinha de alguma forma pré-anunciado», Teixeira dos Santos relembrou que as condições externas «reflectem as taxas de juros bem superiores (as taxas de juros hoje são o dobro do que era praticamente há um ano atrás), com um agravamento muito significativo do preço do petróleo, doutras matérias-primas com uma situação financeira internacional que é uma situação de crise que está a prolongar mais do que aquilo que se esperava».

«Temos de encarar com serenidade, com determinação e com confiança a nossa capacidade em enfrentar essa situação», afirmou o ministro do Estado e das Finanças.

Não é permitido baixar braços

«Perante essa situação, temos a responsabilidade de manter um rol de políticas que tem vindo a permitir que Portugal resista melhor a essa situação do que aquilo que resistiria não fosse já um conjunto de medidas e de correcções importantes e de reformas que foram implementadas em Portugal», acrescentou o ministro.

«Os portugueses, face as dificuldades, não podem nem devem baixar os braços. Temos de resistir a essa situação. Os portugueses já reagiram a outras situações, acho que mais uma vez vão ser capazes de o fazer e o Governo tem que manter a sua linha de rumo na política e de ajudar os portugueses a resistirem a essa situação», considerou Teixeira dos Santos.

Sobre a previsão do investimento, em que o Banco de Portugal aponta um por cento este ano, contra os 3,3% anteriormente antecipados, Teixeira dos Santos salientou que «apesar da desaceleração que é projectada», os investimentos têm tido «uma progressão positiva».

A previsão de que o investimento irá crescer 1% este ano «denota que os empresários portugueses face a esta adversidade querem resistir a essa situação e não desistem de levar a cabo projectos de investimentos que são importantes», adiantou o ministro.