45 mulheres agredidas por dia

Os crimes de violência doméstica na área da PSP, centros urbanos, cresceram 41 por cento no primeiro semestre de 2006 em comparação com igual período no ano anterior. Só no primeiro semestre de 2006, por dia, registaram-se 45 vítimas.

Na área da GNR, zonas rurais, também há um aumento nos casos denunciados, no entanto, não chega aos cinco por cento.

O aumento registado dá-se sobretudo nos casos de violência entre marido e mulher e nos crimes de agressões simples. Fonte da PSP, contactada pelo PortugalDiário, esclarece que a tendência de aumento deve-se sobretudo a uma «maior consciencialização das vítimas para os seus direitos, fruto das campanhas nacionais».

Se juntarmos os dados provisórios, e apenas referentes aos primeiros seis meses do ano, de ambas as forças de segurança, percebemos que os aumentos de denúncias atingem os 22,7 por cento. Também a GNR atribui o aumento das ocorrências à maior exposição mediática do fenómeno da violência doméstica. Nas áreas patrulhadas pela Guarda o crescimento de casos atinge os 4,8 por cento.

«A formação das forças de segurança nesta área é outro dos factores que contribui para a tendência registada. As salas de atendimento de vítimas permitem outra abordagem do problema. Há muitas vítimas que vão às esquadras pelo próprio pé apresentar queixa», acrescenta a mesma fonte da PSP.

Mas nem sempre é assim. As polícias são muitas vezes chamadas a intervir nas casas dos cidadãos e presenciam as agressões. «Noutros casos há agressões que acabam por acontecer na própria esquadra», esclarece.

Mais de mil homens agredidos

Nos primeiros seis meses de 2006 foram vítimas de violência doméstica 8.365 mulheres, o que representa 45 vítimas por dia. Os homens não escapam a este tipo de violência e são muitas vezes alvo não só de agressões, chantagem económica e emocional (utilizando os filhos). Todos os dias há sete homens atingidos por este tipo de violência.

A PSP deteve até ao final de Junho deste ano 125 suspeitos deste crime. Já a GNR conta com 16 detidos na sua área de actuação. A força física continua a ser a forma mais comum de agressão, seguida das armas de fogo, de defesa e caça, e da arma branca.