Apito: juiz questiona PJ sobre escutas em falta

O juiz do processo «Apito Dourado» solicitou à PJ que explique os motivos por que sete conversas interceptadas nos telefones de Valentim Loureiro não constam dos CD

do processo.

Segundo fonte judicial, em declarações ao PortugalDiário, o juiz Carneiro da Silva pretende esclarecer as razões de aos ficheiros (SRI), correspondentes a contactos efectuados pelo major, não corresponderem os respectivos ficheiros (WAV) áudio.

A questão tinha sido suscitada no mês passado pela defesa do major, que deu conta de sete conversas constantes da facturação detalhada que não constavam dos CD. As sessões dizem respeito a conversas mantidas, designadamente, com o ex-secretário de Estado das Obras Públicas, Jorge Costa, e o presidente da distrital do Porto, Marco António Costa, mais tarde secretário de Estado da Segurança Social.

As referidas conversas versariam sobre uma visita do então primeiro-ministro, Durão Barroso, ao Porto e seriam consideradas relevantes para explicar o caso da alegada interferência de Valentim Loureiro junto do primeiro-ministro, Durão Barroso, de modo a incluir Pinto de Sousa (ex-presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol) na comitiva de empresários convidados, numa visita oficial a Moçambique.

Refira-se que, para o Ministério Público, esta viagem teria sido uma das contrapartidas oferecidas pelo autarca de Gondomar para pagar a nomeação de árbitros favoráveis ao Gondomar Sport Clube.

De acordo com o major, as escutas de que foi alvo não provam a suposta interferência junto de Durão.