Pescas: greve pode levar a subida de preço - TVI

Pescas: greve pode levar a subida de preço

Portugal conseguiu bom acordo para  as pescas

Armadores admitem despedir pescadores caso a greve se prolongue. Duração só depende da atitude do Governo

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A paralisação dos armadores e pescadores, com início previsto para sexta-feira, poderá provocar a escassez de peixe no mercado português e a subida dos preços caso a greve se prolongue por vários dias, alertou esta terça-feira o presidente da Associação de Armadores de Peniche (AMAP), escreve a agência Lusa.

Humberto Jorge admitiu que «a ausência de pescado pode notar-se mais se a paralisação se prolongar, até porque outras fontes de abastecimento, como Espanha ou França, também vão ter as suas embarcações paradas». Por isso, «é natural» que os consumidores se deparem com uma escassez gradual de peixe nos locais habituais de comércio e que enfrentem preços mais altos.

O presidente da AMAP referiu que é esperada uma adesão «total ou quase total» à paralisação do sector das pescas cuja duração depende da atitude do Governo, nomeadamente do ministro da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas, Jaime Silva.

Para alterar a actual posição do sector «teríamos de assistir a uma mudança de atitude do ministro e do Governo em passar a reconhecer as pescas como uma actividade importante e estratégica para Portugal, agindo em conformidade», ou seja, «acabando com a panóplia de taxas e impostos que asfixiam o sector», especificou.

Despedimentos são uma possibilidade

Os armadores equacionam «despedir» as suas tripulações, estimadas entre 15 mil e 20 mil pescadores, se a paralisação geral se prolongar, de modo a beneficiarem do subsídio de desemprego.

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Humberto Jorge, avançou que «as empresas não perdem muito [com a paralisação] porque já estão a ganhar pouco, mas as tripulações vão ser mais afectadas se a paragem for muito prolongada».

«As empresas não querem continuar a trabalhar, a correr riscos e a não ganhar para cobrir os custos», defendeu o presidente da AMAP, acrescentando que «o Estado não só não ajuda [o sector], como não abdica dos impostos que leva e ainda aumenta a taxa da Docapesca».

Quanto aos pagamentos ao Estado, o representante dos armadores apontou 10 por cento para a Segurança Social, cinco por cento de IVA e oito por cento de taxa para a Docapesca, que aumentou dos anteriores cinco por cento.

O ministro da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas, Jaime Silva decidiu convocar as associações representativas do sector para uma reunião na quarta-feira.
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