Esmeralda entregue ao pai no... Tribunal - TVI

Esmeralda entregue ao pai no... Tribunal

Esmeralda com os pais afectivos. Sargento livre (Foto Paulo Cunha/Lusa)

Afinal, os pais de afecto da menina não terão de ir a casa de Baltazar Nunes nesta sexta-feira

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[ACTUALIZADO ÀS 21H00]

O caso «Esmeralda» continua a ter novos desenvolvimentos quase todos os dias. Nesta quinta-feira surgiu um despacho que define a entrega da menina aos pais biológicos por intermédio do Ministério Público, uma vez que o Primeiro Sargento Luís Gomes alegou não ter condições psicológicas para levar a menina a casa de Baltazar Nunes, o que acontecerá já esta sexta-feira.

Ou seja, a partir de agora, a menina será entregue ao pai e mãe biológicos no gabinete dos serviços da Direcção-Geral de Reinserção Social junto ao Ministério Público da Sertã e de Tomar, respectivamente. Inicialmente, as visitas eram feitas no Jardim de Infância frequentado por «Esmeralda», mas o novo passo da integração já contemplava visitas em casa dos pais.

«Para nós não mudou, é apenas um pormenor, porque o essencial é que o casal se desloque à Sertã para entregar a menina ao pai biológico», revelou ao PortugalDiário o advogado de Baltazar, José Luís Martins., considerando este procedimento «essencial para que se efectue a integração no meio ambiente desejável».

«Lá terei de ir mas apenas porque sou obrigado pelo tribunal», afirmou à Agência Lusa Luís Gomes, reagindo à ordem judicial que impõe os contactos semanais da menor com os progenitores na casa deles. «O tribunal obriga-me a lá ir mas depois não dá resposta ao nosso pedido de regulação do poder paternal», acrescentou. A acompanhar a menina, irá Luís Gomes e a sua mulher, Adelina Lagarto, que também viu as suas medidas de coacção alteradas para que se possa ausentar da comarca de Torres Novas.

Sargento aguarda

Neste dirimir de argumentos, quem continua a não concordar é Luís Gomes, pai de afecto da menina. «Parece que cada dia há um novo despacho diferente a dizer coisas diferentes», reagiu, em declarações à SIC, considerando que a sua filha já manifestou com quem deseja ficar:

«O balanço que faço deste processo está espelhado nos relatórios do Gabinete de pedopsicoterapia, em que referem nomeadamente que a menina é muito explícita em relação ao que quer. Recentemente, por exemplo, ao ver uma notícia relacionada com a Maddie, perguntou se nós íamos desistir dela. Isso explica bem o que a menina sente».

Este argumento, porém, é rejeitado pelo advogado do pai biológico. «Será afeição ou dependência? Para não falar em sinais claros de alienação parental Aquilo que chamam de afecto, pode ser desconhecimento e coacção. Não considero que isto seja afecto», frisou José Luís Martins, que espera por uma real execução das ordens do tribunal.

Conferência decisiva?

A propósito de ordens judiciais, a 10 de Abril realiza-se no tribunal de Torres Novas uma nova conferência de interessados, onde a juíza pretende ultimar o processo de entrega definitiva da criança. Este encontro realiza-se precisamente um ano depois da primeira tentativa judicial para regular a entrega de «Esmeralda» e que não teve sucesso.

«Espero que haja sensatez e que deixem de ver a menina como um objecto de estimação. Seria desejável que este trânsito fosse minorado, mas era suposto que houvesse alguma colaboração de todas as partes», frisou o advogado do pai biológico, assegurando que este tem como único objectivo «proporcionar à filha um ambiente de serenidade».
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