Estradas de Portugal culpa chuva por mortes

A empresa Estradas de Portugal rejeita qualquer responsabilidade no acidente que causou a morte de duas mulheres, em Belas, no passado dia 18 de Fevereiro. Segundo o Diário de Notícias, a EP atribuiu as mortes às fortes chuvas que se fizeram sentir na região da Grande Lisboa. Contudo, quando questionada pelo PortugalDiário a empresa respondeu que «está a decorrer o inquérito que pretende apurar as circunstâncias em que ocorreram este acidente, pelo que a EP nada tem a acrescentar».

Apesar da carta recebida pelo advogado das famílias - cujo facsimile foi divulgado pela SIC -, o advogado António Pragal Colaço mantém a acusação de homicídio por negligência, garantindo que a EP e a autarquia de Sintra já tinham sido avisados sobre o estado de conservação da via, assim como o mau estado do muro que a separava da ribeira do Jamor.

Numa carta enviada ao advogado das famílias das vítimas, a que o DN teve acesso, o conselho de administração da empresa atribui as culpas «a circunstâncias decorrentes de fenómenos naturais extraordinários e imprevisíveis».

Neste documento, a EP diz ainda que a estrada «estava devidamente conservada» e «em condições de segurança» e que as «vítimas terão sido alertadas» para o perigo de prosseguirem viagem.

Recorde-se que as duas mulheres morreram quando a viatura foi arrastada para o Rio Jamor, depois de o muro que separava a estrada do rio ter desabado.

Segundo a SIC, o advogado das famílias considera a resposta da EP vergonhosa e mantém a acusação de homicídio por negligência contra a EP e a autarquia de Sintra, que tinha já negado qualquer responsabilidade no caso por se tratar de uma estrada que está sob tutela da empresa.