527 professores reclamaram do concurso de colocação - TVI

527 professores reclamaram do concurso de colocação

Professores protestam em Lisboa (TIAGO PETINGA/LUSA)

Nuno Crato tinha dito que so 0,04% dos candidatos apresentaram recurso

Relacionados
O Ministério da Educação esclareceu que foram apresentadas até esta sexta-feira 527 reclamações de professores relativas ao concurso anual para satisfação de necessidades transitórias, de 31 de Agosto, e às bolsas de recrutamento 1, 2 e 3, respectivamente de 12, 19 e 26 de Setembro.

«Dois terços destas reclamações são relativos ao concurso de 31 de Agosto», adianta o ministério, que « relembra que os dados apresentados no Parlamento a 29 de Setembro tiveram como universo os candidatos nas bolsas de recrutamento 1 e 2, actualizados a 28 de Setembro».

O gabinete do ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, reafirma que «todas as reclamações serão devidamente analisadas».

Entretanto, a Federação Nacional dos Professores levou ao Parlamento uma listagem de 512 professores que apresentaram recurso dos resultados dos concursos para preencher necessidades transitórias nas escolas e pediu aos deputados que apoiem uma auditoria ao processo.

«Ouvimos dizer aqui no Parlamento que apenas um número residual de professores apresentou recurso. Como se pode ver não são umas poucas dezenas», disse o secretário-geral da FENPROF, Mário Nogueira, perante a Comissão Parlamentar de Educação, exibindo a lista com os nomes dos docentes.

Na semana passada, o ministro da Educação, Nuno Crato, garantiu, durante o debate de urgência, que o ministério irá analisar todos os recursos, afirmando que as irregularidades são «excepções»: da primeira bolsa só 0,04% dos candidatos apresentaram recurso e da segunda só 0,1%, disse.

«Desejamos que as coisas funcionem, como qualquer matemático rigoroso gostaria», declarou Mário Nogueira, reiterando que há «matéria para investigação sobre o que se passou» no concurso.

«É difícil aceitar que alguém 700 lugares abaixo fique na preferência de um professor mais graduado», exemplificou.

De acordo com Mário Nogueira, este ano, na segunda bolsa de recrutamento houve apenas 365 horários anuais e mais de 2.000 temporários.

O caso de alegadas anomalias na colocação de professores foi entregue pela FENPROF na quinta-feira à Procuradoria-Geral da República e na segunda-feira será levado à Provedoria de Justiça, havendo já processos em curso nos tribunais interpostos por professores, com o apoio jurídico sindical.
Continue a ler esta notícia

Relacionados