Nuno Crato: «Aterrámos, mas ainda não estamos à tona» - TVI

Nuno Crato: «Aterrámos, mas ainda não estamos à tona»

Ministro da Educação admite que há assuntos que ainda vão estar muitos meses em avaliação. É o caso do programa Novas Oportunidades

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Na sua primeira presença na comissão parlamentar Educação, Ciência e Cultura, o ministro da Educação, Nuno Crato, deixou muitos deputados sem resposta e admitiu que ainda tem muitos assuntos em avaliação. «Já aterrámos, mas ainda não estamos completamente à tona», disse o ministro, novo nestas andanças da política e do Governo. «Chegámos há um mês e o ano lectivo ainda não estava completamente preparado, estamos a tratar das questões mais urgentes», explicou.

Questionado sobre os deputados sobre temas concretos como as obras nos estabelecimentos de ensino a cargo da empresa Parque Escolar e sobre o programa Novas Oportunidades, Nuno Crato afirmou. «Temos que avaliar». E avisou os deputados que a resposta continuará a ser a mesma, caso seja chamado ao Parlamento, por exemplo, no próximo mês. «Isto são tarefas para meses».

No caso da Parque Escolar, o ministro diz que é necessário avaliar mesmo a empresa. Já no que diz respeito às Novas Oportunidades, Nuno Crato diz que é preciso perceber se «os diplomas servem para alguma coisa» àqueles que os conseguem.

O ministro admite que para já foi tomando «medidas cirúrgicas que não perturbem o arranque do ano lectivo», e deu como exemplo o «aumento da carga horária das disciplinas de Português e Matemática». «Sabemos que há muitas coisas a fazer. Que não basta aumentar a carga horária, que é preciso reestruturar os programas, mas estamos a fazer o que é possível neste pouco tempo, para não perturbar o arranque do ano lectivo», explicou ainda.

Confessando conhecer melhor o programa de Matemática do que o de Português, Nuno Crato admite que o programa [de Matemática ]tem muitas deficiências e que vai ser repensado. «Os professores queixam-se de que não há tempo para dar toda a matéria em condições», exemplifica o ministro.

«Não queremos fechar escolas públicas para abrir privadas»

Nuno Crato explicou ainda que o Governo está a negociar os contratos de associação com as escolas que recebem alunos do sistema público, mas aponta o valor máximo de 85 mil euros por turma a pagar a estes estabelecimentos.

«Não queremos acabar nem fechar escolas públicas para abrir privadas. Mas num local onde há privados em regime de contrato de associação a funcionar bem não é preciso o Estado investir para construir novas escolas, mas sim garantir que todos os jovens têm acesso a uma boa educação», garantiu.

Questionado directamente sobre o valor que custa ao Estado cada aluno no ensino público, Nuno Crato admitiu que não sabe o valor. «Gostávamos de saber e gostávamos que custasse menos», admitiu o ministro.

Na comissão, esta terça-feira com casa cheia, já que estiveram presentes todos os deputados que a compõem e também alguns suplentes, estavam vários ex-ministros e secretários de Estado. Ana Jorge, ex-ministra da Saúde, Gabriela Canavilhas, ex-ministra da Cultura e Elza Pais, ex-secretária de Estado da Igualdade, estiveram entre os deputados que questionaram o ministro.
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