Imigração é «necessidade de sobrevivência» - TVI

Imigração é «necessidade de sobrevivência»

  • Portugal Diário
  • 19 abr 2007, 19:38

Secretário da Francofonia realça discussão urgente sobre políticas de migração

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O secretário-geral da Organização Internacional da Francofonia, Abdou Diouf, disse esta quinta-feira, em Lisboa, que «a imigração não é uma opção mas sim uma necessidade de sobrevivência» ditada pela violência, por conflitos e por catástrofes naturais, escreve a agência Lusa.

Abdou Diouf falava hoje num fórum dedicado ao tema «Migrações e Direitos Humanos» promovido pela Federação Internacional dos Direitos Humanos (FIDH) que decorre entre quinta-feira e sábado em Lisboa, no âmbito do 36º Congresso daquela organização.

O responsável da Organização Internacional da Francofonia, associação parceira do fórum, lembrou que a migração não é um fenómeno novo mas sim um fenómeno que durante séculos moldou a história da humanidade e que contribuiu para o enriquecimento dos países industrializados.

«Como é possível que a sociedade do século XXI continue a permitir violações dos direitos mais elementares dos migrantes, especialmente das mulheres e crianças vítimas das redes de tráfico humano, do racismo e da xenofobia, e dos maus tratos?», questionou.

De acordo com as estatísticas, a Europa terá um decréscimo de 17 por cento de população nos próximos anos, pelo que a União Europeia terá de abrir as suas portas a milhares de imigrantes para manter a sua taxa de crescimento e garantir a mão-de-obra, afirmou.

O responsável salientou que é importante discutir e elaborar o mais rapidamente possível políticas de migração comuns e de longo prazo, que incluam todas estas questões e que respeitem os direitos humanos.

Na conferência, o presidente da Federação Internacional dos Direitos Humanos (FIDH), Sidiki Kaba disse que não foi por acaso que a organização escolheu Portugal para realizar este encontro uma vez que é um país que é um símbolo como porta de entrada de emigração.

A migração apresenta-se, segundo o responsável, «como uma problemática extremamente complexa, explorada e ignorada durante demasiado tempo ou maltratada por instituições internacionais».

Sidiki Kaba pediu, em nome da organização, que «o governo português ratifique o tratado sobre o trabalho migratório, algo que ainda não foi feito por nenhum país europeu».

Mais de 300 especialistas de todo o mundo estão reunidos desde hoje, em Lisboa, num fórum que visa desmistificar a ideia de uma invasão da Europa por imigrantes do Sul.

O fenómeno da migração, incluindo refugiados, afectou em 2005 cerca de 200 milhões de pessoas (9,2 milhões de refugiados), o que equivale a três por cento da população mundial.
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