O secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, congratulou-se esta quarta-feira com a possibilidade de as escolas com problemas de indisciplina poderem propor contratações de técnicos, apesar de considerar que a medida deveria ter sido encarada como prioritária «há muito tempo», informa a Lusa.
O secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, anunciou terça-feira que as escolas com problemas graves de indisciplina podem apresentar ao Ministério da Educação uma proposta de contratação de técnicos como psicólogos e mediadores de conflitos.
Mário Nogueira disse que a Fenprof saúda esta «medida que pode ajudar», mas lamentou que esta só seja tomada depois de «as coisas acontecerem».
«Infelizmente é necessário que as coisas aconteçam para sejam tomadas medidas. Nós saudamos a medida mas vamos esperar para ver se as escolas vão ter possibilidades de propor e se o Ministério tem a preocupação de autorizar», afirmou.
Várias escolas com indisciplina
O secretário-geral da Fenprof lembrou que há muitas escolas preocupadas com o problema da indisciplina e que apresentaram muitos projectos para tentar resolver a situação que foram depois inviabilizados pelo Ministério da Educação, porque implicavam o reforço de recursos humanos.
Mário Nogueira lembrou que o ano passado, o Ministério da Educação (ME) retirou muitos profissionais e desmantelou serviços de psicologia e orientação muito importantes para as escolas.
«Muitas escolas perderam este serviço e os professores, alguns há décadas neste serviço, foram obrigados a voltar à docência», contou, acrescentando contudo que a Fenprof e alguns representantes de escolas reuniram-se algumas vezes com o ME para expor o problema e o Ministério foi sensível à situação.
FEN defende generalização da medida
O secretário-geral da Federação Nacional dos Sindicatos de Professores (FNE), João Dias da Silva, também considerou positiva a possibilidade de as escolas com problemas poderem contratar técnicos, mas defendeu que a medida «deve ser generalizada a todas as escolas e não apenas aos agrupamentos de escolas identificados como «Territórios Educativos de Intervenção Prioritária» como diz o secretário de Estado da Educação».
Valter Lemos, secretário de Estado da Educação, explicou que a possibilidade de contratação destes profissionais poderá igualmente ser utilizada por outros estabelecimentos de ensino, desde que estes fundamentem o seu pedido, invocando a existência de «um problema específico» de violência e indisciplina.
João Dias da Silva considerou que a medida só foi anunciada depois de «as coisas acontecerem» e declarou que as escolas devem contar com equipas constituídas por psicólogos e assistentes sociais que façam um levantamento do dia-a-dia nas escolas para prevenir os problemas. «As equipas devem trabalhar em cooperação, em articulação com os professores para poderem pôr em marcha mecanismos preventivos», disse.
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Técnicos nas escolas: sindicatos aplaudem
- Portugal Diário
- MM
- 26 mar 2008, 09:40
![Violência na escola](https://img.iol.pt/image/id/9814543/1024.jpg)
Fenprof diz que medida peca por tardia. FNE quer alargamento a todas as escolas
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