Greve: Alentejo, escolas fechadas e lixo na rua - TVI

Greve: Alentejo, escolas fechadas e lixo na rua

  • Portugal Diário
  • 30 mai 2007, 14:15

Palácio da Justiça em Lisboa está vazio. No Algarve a adesão foi baixa

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Escolas fechadas, lixo por recolher e serviços públicos a funcionar a meio gás são os efeitos mais visíveis no Alentejo da greve geral desta quarta-feira, que afecta também os transportes e, em menor escala, algumas empresas da região.

As estruturas regionais da CGTP garantiram que a paralisação «ultrapassou as expectativas», congratulando-se com as «taxas de adesão em muitos sectores de actividade na região».

No entanto, os únicos dados globais de adesão disponíveis foram cedidos pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local (STAL).

De acordo com o STAL, a greve nas autarquias do distrito de Évora «atingiu uma adesão global de 83,9 por cento», com maiores percentagens a registarem-se nos municípios de Arraiolos, Borba, Évora, Montemor-o-Novo, Mora, Redondo, Vendas Novas e Viana do Alentejo.

Na área da educação, Joaquim Páscoa, presidente do Sindicato dos Professores da Zona Sul (SPSZ), disse à Lusa que várias escolas fecharam as portas um pouco por todo o Alentejo, como em Évora, Vendas Novas, Reguengos de Monsaraz, Arronches, Ponte de Sor e Mértola.

A União dos Sindicatos do Distrito de Évora (USDE), afecta à CGTP, aponta ainda a adesão verificada em algumas empresas da região, embora com níveis inferiores aos da Função Pública, como é o caso dos sectores da metalurgia, construção civil e comércio.

Em Portalegre, Diogo Júlio, dirigente da união dos sindicatos, afirmou que a adesão à greve geral no distrito ronda, segundo dados provisórios, os 70 por cento.

Além dos efeitos dos sectores do ensino, saúde e recolha de lixo, Diogo Júlio apontou o caso da empresa Manufactura Tapeçarias de Portalegre, que regista uma adesão de 100 por cento.

Tribunais fechados

Na área da justiça, os sindicatos garantem estar fechados os tribunais de Nisa, Castelo de Vide e Moura.

O Tribunal Judicial de Évora estava de manhã com as portas trancadas com correntes de ferro e a cadeado, mas os bombeiros desbloquearam a entrada dos funcionários cerca de 20 minutos depois.

Em Lisboa, a maioria dos 22 tribunais cíveis aderiu à greve geral, mergulhando os corredores do Palácio de Justiça num silêncio sepulcral apenas perturbado pelo barulho das obras na fachada do edifício.

No Baixo Alentejo, segundo o coordenador local do STAL, Henrique Villalonga, os serviços de recolha de lixo e de limpeza das ruas estão a ser afectados pela greve.

Nas cidades de Beja e Serpa, as Câmaras Municipais estão de «portas fechadas» e «não houve recolha de lixo» devido a uma «adesão total» à paralisação por parte dos trabalhadores do sector da limpeza urbana.

Nas vilas de Alvito e Mértola também «não houve recolha de lixo» e na cidade de Moura, onde a greve na Câmara Municipal é de «80 por cento», «apenas um carro de recolha de lixo saiu à rua».

Beja sem transportes

A cidade de Beja também está sem transportes públicos, porque, de acordo com fonte da Rodoviária do Alentejo, «não está a realizar-se nenhuma das carreiras urbanas e quase nenhuma das interurbanas».

Quanto ao ensino, de acordo com os conselhos executivos, as aulas nas duas escolas secundárias de Beja estão a decorrer «quase normalmente».

Na área da saúde, a adesão à greve no Centro Hospitalar do Baixo Alentejo, que engloba os hospitais de Beja e Serpa, é, «em termos gerais, de 34,6 por cento», segundo o presidente do conselho de administração, Rui Sousa Santos.

Nos hotéis e restaurantes do Algarve os índices de adesão estão a ser muito baixos segundo um dirigente sindical que atribuiu o facto à precariedade da maioria dos trabalhadores e à presente transição para a época alta.
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