Homem morre baleado depois de fugir à polícia

Um homem de 30 anos morreu, esta madrugada, depois de ser baleado por um agente da PSP, em Lisboa, na Travessa S. Domingos de Benfica, na sequência de uma perseguição policial que foi despoletada pelo facto do condutor não ter obedecido a uma ordem de paragem numa operação STOP, apurou o tvi24.pt junto de fonte policial.

O homem, que, segundo as primeiras informações, tinha 20 anos, depois 25, tem afinal 30 anos, é natural de Chelas e era um rapper que costumava actuar com o conhecido Sam The Kid. A vítima deixa uma filha de dois anos e terá cumprido quatro anos de prisão por tráfico de droga, segundo fonte próxima.

Irmão de baleado diz era fácil a PSP apanhar carro

A PSP, em comunicado, informa que existiu perseguição e disparos, no entanto, a polícia não explica como morreu o cidadão e recusa prestar qualquer esclarecimento. Ao que o tvi24.pt apurou, o condutor fugiu à polícia e os agentes da Equipa de Intervenção Rápida da PSP (EIR) acabaram por disparar contra o carro, tendo uma das munições entrado pela mala do veículo e atingido o jovem na zona das costas, acabando por ser fatal.

Segundo o comunicado da polícia, a operação de fiscalização ocorreu na zona da Doca de Santo Amaro e o condutor «encetou fuga, por diversas artérias da cidade de Lisboa, apenas vindo a lograr-se a sua intercepção na Radial de Benfica, local onde foram efectuados disparos de arma de fogo por elemento policial, vindo a viatura a imobilizar-se na citada Travessa de São Domingos de Benfica».

Fonte do INEM adiantou que recebeu a primeira chamada às 4h46 da madrugada e que às 4h54m a vítima já estava em paragem cardio-respiratória, tendo sido aplicadas manobras de reanimação. O homem foi baleado nas costas, confirma também o INEM.

As primeiras informações policiais dão ainda conta que o jovem viajava sozinho e que teria cadastro por infracções de trânsito e que estaria ainda referenciado por crimes de furto.

O agente que disparou o tiro fatal tem 28 anos e pertence à 4ª divisão (Calvário) do Comando Metropolitano de Lisboa. O agente formou-se na Escola Prática da PSP há cinco anos e recebeu formação de tiro, adiantou fonte policial.

A mesma fonte esclareceu ainda que o que está agora em causa «é perceber se estavam reunidos todos os pressupostos para que o agente disparasse», ou seja, se havia perigo para a vida dos agentes ou terceiros. Na prática, é preciso saber se o jovem estava armado. «Ao que tudo indica o jovem teria algum objecto que pode ter induzido os agentes em erro», adiantou a mesma fonte.

O incidente está já a ser investigado internamente na PSP e pela secção de homicídios da Polícia Judiciária. O agente foi ouvido nas instalações da PJ e vários familiares da vítima juntaram-se nas instalações. A viatura apreendida encontra-se também nas instalações da PJ para ser alvo de peritagem.

O agente foi constituído arguido, mas vai aguardar o processo interno da PSP e o processo do Ministério Público em liberdade. O agente não vai para já ser suspenso, no entanto, deverá ser afastado de actividades operacionais até que os processos estejam concluídos.

Notícia actualizada às 20h00