O bastonário da Ordem dos Advogados considerou, esta segunda-feira, que buscas com mandados em branco constituem um acto de «terrorismo de Estado». Em declarações à TSF, Marinho Pinto referia-se a buscas a escritórios de advogados, como a que aconteceu há duas semanas no escritório de Vasco Vieira de Almeida, a propósito do «caso Freeport».
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Ao prograna da TSF «Tudo na Ordem», o bastonário da Ordem dos Advogados considera inaceitável esta prática: «Os polícias vão aos escritórios de advogados», sem que haja qualquer suspeita sobre eles, «unicamente para recolher elementos que possam interessar a algumas investigações», o que constitui uma «prática própria de estados terroristas».
Marinho Pinto explicou que os polícias devem
levar «a identificação daquilo que pretendem» e procuram, para evitar que vasculhem os computadores dos escritórios e retirem «tudo o que lhes convém», comparando esta prática com o que fazia a PIDE/DGS.
Questionado pela TSF sobre se pretende pedir uma audiência junto do Procurador-Geral da República para manifestar a sua indignação relativamente a essas buscas, Marinho Pinto disse que não, porque isso não «conduz a nada».
Marinho Pinto acusou ainda o Ministério Público e as polícias de alimentarem um clima de promiscuidade com a Comunicação Social.
«Quem compete defender os segredos que os defenda. Não é utilizar os jornalistas de forma cirúrgica e selectiva» para «pretender criar artificialmente alarme social muito propício à aplicação de severas medidas de coação», disse, acusando o Ministério Público e a polícia de manterem permanentemente «um clima de suspeição sobre as pessoas» e darem «uma ideia de eficácia que na verdade não têm».

Buscas com mandados em branco são «terrorismo de Estado»
- Redação
- - LM
- 27 jan 2009, 08:27

Bastonário dos Advogados compara acção policial no caso Freeport a práticas da PIDE/DGS
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