Face Oculta: PGR critica comentários sobre fuga de informação

O Procurador-geral da República (PGR) classificou esta quinta-feira de «insultuosos e ofensivos» os comentários sobre a alegada fuga de informação para os amigos do ex-primeiro-ministro José Sócrates sobre a investigação do processo «Face Oculta».

«Não comento comentários insultuosos e ofensivos sem qualquer fundamento da realidade, pelo que o jornal terá de responder», afirmou Pinto Monteiro, aludindo à notícia do Correio da Manhã (CM) desta quinta-feira sob o título «Sócrates avisado de investigação - segredo foi violado três dias depois de o caso (Face Oculta) ter sido comunicado à PGR».

O PGR falava aos jornalistas à margem da conferência internacional «O superior interesse da criança e o mito da síndrome da alienação paternal», a decorrer em Lisboa.

Segundo o CM, os amigos de José Sócrates foram avisados de que estavam a ser investigados no processo «Face oculta» apenas três dias depois de Teófilo Santiago, director da PJ de Aveiro, ter feito uma participação criminal à Procuradoria-Geral da República, de forma a accionar os mecanismos legais para investigar o então primeiro-ministro José Sócrates.

O jornal lembra que no início de 2010, ao ser confrontado com a fuga de informação no caso «Face Oculta», Pinto Monteiro disse desconhecer que o segredo de justiça tivesse sido violado e garantiu que, se houve fuga, tal não partiu da PGR.

Sublinhou ainda ter plena confiança em todas as pessoas que trabalham na Procuradoria.

Entretanto, o julgamento do processo «Face Oculta» inicia-se terça-feira, com 36 arguidos a serem julgados por crimes como burla, branqueamento de capitais, corrupção e tráfico de influências.

O sucateiro Manuel Godinho é o principal arguido deste processo que tem ainda como réus o antigo ministro e administrador do BCP Armando Vara, o ex-presidente da REN, José Penedos e o seu filho, Paulo Penedos, entre outros.