«Pidá»: tribunal em polvorosa - TVI

«Pidá»: tribunal em polvorosa

Bruno Pidá (fotomontagem)

Alegado líder do gangue da Ribeira ouvido como testemunha num processo em que o cunhado está acusado por tentativa de homicídio. Irmãos da vítima de Miragaia foram ao tribunal «para ver a cara» de Bruno Pinto. Mulher de «Pidá» apresentou queixa-crime por ameaças

Relacionados
Bruno Pinto (Pidá) esteve esta tarde a depor como testemunha no Tribunal de São João Novo, num julgamento em que o cunhado responde por homicídio qualificado na forma tentada.

Minutos antes de entrar na sala de audiências, o alegado líder do gangue da Ribeira esteve a poucos metros de distância dos irmãos de Ilídio Correia, o segurança de Miragaia, por cujo homicídio está indiciado.

Natalino, Hélder e Benjamim Correia deslocaram-se à 4ª Vara para assistir ao julgamento. «O meu irmão que vive na Alemanha vai amanhã embora e, antes de ir, quis conhecer a cara do homem que matou o Ilídio», disse ao PortugalDiário Benjamim Correia.

Mas acabaram por ser impedidos pelo forte aparato policial que rodeava o arguido mais mediático dos crimes da noite portuense. Vários elementos do Grupo de Intervenção dos Serviços Prisionais (GISP), armados com metralhadoras, tinham criado dois cordões de segurança à volta de «Pidá».

Os três irmãos entraram no tribunal, identificaram-se na portaria e subiram ao primeiro andar onde decorria o julgamento. Ao entrarem depararam com a mulher e as irmãs de Bruno Pinto, bem como com outros familiares e amigos.

Mulher de «Pidá» apresentou queixa-crime na PJ

Na versão da polícia os três irmãos mantiveram-se afastados referindo: «estamos aqui mas não estamos a fazer nada», relatou ao PortugalDiário o chefe do policiamento do Tribunal, Correia Veloso. Uma declaração prontamente desmentida pelos familiares e amigos de Bruno que se concentravam a poucos metros da sala de audiências.

Telma Sequeira, mulher de «Pidá», bem como as irmãs e vizinhas deste arguido, asseguraram no local ao PortugalDiário que a simples presença dos três irmãos foi considerada uma provocação, acrescentando que estes as insultaram e, já no exterior, exibiram os órgãos sexuais, proferiram insultos e ameaças. «Eles vieram ameaçar-nos aqui», referiram.

A mulher de Bruno Pinto formalizou mesmo uma queixa-crime na PJ contra os irmãos Correia por insultos e ameaças. «O Natalino disse-me que quando me apanhasse me partia toda, além disso, insultou-me e meteu o pénis de fora para quem quisesse ver». Telma reitera as queixas em relação a Hélder e Benjamim, referindo, contudo, que o quarto irmão que, não chegou a entrar no tribunal, se manteve longe da confusão. «Também não posso dizer que levavam armas porque não as vi», acrescentou.

«Diziam que nós íamos lá para as matar

No exterior, familiares de Bruno e irmãos da vítima travavam-se de razões. Enquanto a polícia garantia que os irmãos de Ilídio não ameaçaram ninguém, nem tão pouco exibiram os órgãos sexuais, Telma e restantes familiares e amigos acusavam os agentes da PSP de branquearam a atitude dos Correia.

Contactado pelo PortugalDiário, Benjamim Correia conta uma versão diferente: «Nós chegamos lá e quando nos disseram que já não podíamos entrar, sentámo-nos e ficámos à espera. Não estávamos a fazer nada, mas elas começaram a gritar, diziam que não tinham medo, que nós íamos lá para as matar, que tínhamos armas, mas nós tínhamos acabado de passar pelo detector de metais».

Benjamim Correia adianta que saiu ordeiramente com os irmãos logo que a polícia lhes pediu. «Elas é que foram quase arrastadas», adiantou. Já cá fora e como a situação não acalmava «resolvemos vir embora», mas não sem antes se terem dirigido à polícia a quem se identificaram e pediram a identificação.

Irmã de «Pidá» apresenta queixa contra PSP

A PSP conduziu até à esquadra uma irmã de Bruno Pinto que recusou identificar-se ao agente Correia Veloso, a quem terá dito «os polícias são todos corruptos. Você é um velho e não vale nada», palavras que não deverão merecer uma participação criminal porque as confusões, diz Correia Veloso, «são o pão-nosso de cada dia». Já a irmã do arguido participou criminalmente contra o agente por agressão.
Continue a ler esta notícia

Relacionados