Esmeralda: a versão do pai de afecto sobre o sequestro - TVI

Esmeralda: a versão do pai de afecto sobre o sequestro

Esmeralda: MP recorre de decisão judicial

Sargento conta onde esteve Esmeralda quando o acusavam de a ter sequestrado e mostra o que os pais de afecto pensam sobre os pais biológicos. Luís Gomes explica o que falhou

Em Julho de 2004 saiu a primeira decisão judicial. Baltazar Nunes detinha o poder paternal da menor. Ainda assim, o casal não a entregou ao pai biológico.

O sargento conta que desde então só em Março de 2005, oito meses depois de o poder paternal ter sido atribuído, Luís Gomes recebeu uma convocatória para se apresentar no tribunal com a menina. O pai de afecto compareceu, mas não levou a criança e o juiz emitiu um mandado judicial para a entrega da menor. Mas a menina continuou a viver com o casal.

Segundo o livro, só mais de um ano depois o sargento soube que seria julgado por sequestro. E pouco tempo depois recebeu a visita de dois inspectores da PJ, que lhe disseram que assim que avistassem a criança, a levariam para o pai biológico.

O sargento revela que de imediato a mulher levou a criança para casa dos avós maternos, no Alentejo. Terá sido aí, na casa nova que o casal comprou em Torres Novas e na casa dos avós paternos em Mação, que Esmeralda esteve durante o tempo em que o sargento esteve detido por sequestro.

Luís Gomes diz que Adelina só regressou com a criança quando o tribunal lhe garantiu que não seria detida e que não lhe retirariam a menina. Mas nega que a mãe de afecto a tivesse sequestrado e diz que só por «acaso» não se cruzou com os polícias que vigiavam a casa.

O que o livro diz sobre Aidida e Baltazar

O livro conta sobretudo a história de Luís Gomes, Adelina Lagarto e Esmeralda. Através de inúmeros pormenores, o sargento faz uma visita guiada ao dia-a-dia e aos sentimentos do casal. Explica como se conheceram, regressa mesmo à sua infância e conta a história de como descobriram que não podiam ter filhos e do tratamento de fertilidade falhado.

O sargento descreve ainda o que o casal sentiu quando soube que ia receber a criança, quando a viu pela primeira vez, os natais e o primeiro dia de escola. Revela ainda pormenores sobre a casa que compraram para que a criança pudesse estar confortável, onde a menina tinha uma suite própria, um terraço onde podia andar de bicicleta e que a menor descrevia como sendo «um palácio».

No livro, Aidida Porto, a mãe biológica, é descrita como sendo uma mulher marcada pelo sofrimento, que estava ilegal em Portugal e sem dinheiro sequer para alimentar a filha.

O sargento explica que a menina estava bem tratada quando lhes foi entregue e que a mãe nem quis estar presente quando eles levaram a filha, porque estava a sofrer.

Conta ainda que quando soube que estava grávida, Aidida procurou Baltazar. Encontrou-o ao oitavo mês de gravidez, mas conta que ele a mandou embora, a insultou e disse que a filha não seria dele. Revela também que o pai teve a mesma atitude quando Aidida lhe bateu à porta com a filha recém-nascida ao colo.

A mãe biológica terá ainda dito ao casal que Baltazar respondeu em tribunal num processo por falsificação de um cheque.

Noutro episódio, Adelina Lagarto terá contado à juíza que não entregou a menor ao pai porque lhe disseram que, quando cumpria o serviço militar, Baltazar terá tido um relacionamento com uma menor de 14 anos.

O senhor da sementinha

Luís Gomes conta que nunca esconderam a Esmeralda que não era sua filha biológica. O sargento diz que lhe chegaram a contar que «o senhor que pôs a sementinha para ela nascer» a queria levar para viver com ele. «Ele gosta muito de ti [...] e se calhar tu também irias gostar de viver na casa dele», terá dito Adelina Lagarto à criança, que, segundo o livro, sempre se recusou a ouvir falar em ir viver com o pai.

Os apoios

No livro, o sargento realça que o casal sempre teve o apoio de assistentes sociais, psicólogos e de várias figuras públicas que chegaram mesmo a visitá-lo na prisão e em casa.

O prefácio do livro «Amo-te filha!» é da autoria de Manuela Ramalho Eanes e o posfácio é de Luís Villas-Boas, dois apoios de peso.

Sargento conta o que falhou
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