Gisberta: alunos afastados dos técnicos sociais - TVI

Gisberta: alunos afastados dos técnicos sociais

  • Portugal Diário
  • 6 set 2006, 10:22
Gisberta

Oficina de São José, no Porto, proíbe contactos com técnicos de associação. Quatro membros testemunharam no processo da transexual

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Os rapazes internados na Oficina de São José, no Porto, estão proibidos de contactar com técnicos da associação «Qualificar para Incluir», a que pertencem quatro pessoas que testemunharam no julgamento do Caso Gisberta, noticia esta quarta-feira o «Jornal de Notícias».

A decisão foi tomada pelo Conselho de Administração (CA) da instituição, que acolhia a maioria dos 13 menores envolvidos na morte da transexual «Gisberta», depois de a socióloga Cidália Queirós, directora da «Qualificar para Incluir» (QPI), ter denunciado maus tratos na Oficina de S. José, escreve a «Lusa».

Segundo o «JN», o CA das Oficinas decidiu também proibir a entrada nas instalações de dois assistentes sociais ligadas à mesma associação, que prestava apoio educativo a rapazes ali internados.

Um dos técnicos visados, Fernando Campo, disse ao «JN» que a decisão foi comunicada por Cecília Reis, à porta do edifício, na Rua Alexandre Herculano, no Porto.

Surpreendida com a decisão dos responsáveis da instituição, Cidália Queirós disse ao «JN» que hoje vai enviar uma exposição ao Ministério da Segurança Social, de quem a Oficina de S.José recebe subsídios. Além disso, escreve o diário, a socióloga vai participar o caso ao Ministério Público.

Terça-feira, também os dois assistentes sociais da QPI impedidos de entrar na Oficina comunicaram os factos verbalmente ao Tribunal de Menores do Porto .

40 menores afectados

Afectados pela decisão, no total, contam-se cerca de 40 rapazes que frequentavam as instalações da «Qualificar para Incluir», na Avenida Rodrigues de Freitas, no Porto.

A cooperação entre as duas instituições era regulada por um protocolo sem termo previsto.

No final de Agosto, a direcção da Oficina tinha dispensado os serviços de uma assistente social e de uma psicóloga, também ligadas à QPI, sob forma de não renovação dos contratos. A assistente social, a directora da QPI e outras duas técnicas testemunharam no julgamento do Caso Gisberta. As declarações das quatro serviram de base a uma certidão para processo -crime no DIAP do Porto contra responsáveis da Oficina de S. José.

Ouvida pelo «JN», uma fonte ligada à Oficina disse existirem razões para a tomada de decisão de impedir o contacto entre os rapazes e os técnicos da QPI. «Apesar da validade do trabalho, a associação é uma entidade externa. E, como tal, não pode intrometer-se demasiado na vida da instituição», acrescentou a mesma fonte.
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