No «Dois às 10», falamos do caso do filho que matou o próprio pai tendo em conta um quadro constante de violência doméstica.
«Estas pessoas estão prisioneiras de um filme de terror e o sistema não lhes dá saída», confessa a advogada Sofia Matos acerca das pessoas que se deixam manipular pelos agressores concordando com a suspensão provisória do processo.
A violência doméstica é, desde 2015, um crime público, o que significa que se alguém apresentar queixa crime por violência doméstica, a queixa não pode ser retirada.
Tiago, de 23 anos, matou o pai para acabar com a violência doméstica em que vivia a sua família. «A violência sempre foi presenciada pelos meus filhos e ele sempre maltratou os filhos (...) Nunca pensei que o meu filho cometesse este tipo de crime», confessa a mãe do homicida.
O pai e o filho estavam sozinhos em casa esta quarta feira à noite, Tiago está a ser ouvido em Cascais e tem vários ferimentos no corpo e na cara, tendo agido em legítima defesa.
«Aquilo que posso dizer é que morreu um criminoso», confessa Albano Cunha, o advogado de defesa do homicida. Sofia Matos acrescenta: «Ele desgraçou a vida dele porque o sistema não o conseguiu resgatar de um quadro de violência doméstica».