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Moody's: Portugal deverá falhar metas de crescimento e défice

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Agência diz que défice nacional deverá ficar nos 7,5% este ano e nos 6,8% em 2011

A Moody's acredita que a economia portuguesa deverá crescer apenas 0,5% este ano (duas décimas abaixo da previsão do Governo). Com este crescimento abaixo do esperado, fica também em causa a meta de défice orçamental para este ano e para o próximo.

No relatório semi-anual sobre a dívida soberana dos países europeus, o «European Sovereign Outlook», a agência de notação financeira aponta para uma expansão da economia portuguesa de 0,7%, já mais optimista do que o executivo, que aponta para 0,3%.

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No que diz respeito ao défice orçamental, onde o Governo pretende atingir um valor de 7,3% no final deste ano, admitindo mesmo a hipótese de conseguir um valor ainda mais baixo, a Moody's diz que o buraco das contas públicas deverá ficar nos 7,5% este ano. Para 2011, onde o Governo vê um défice de 4,6%, a Moody¿s vê outro de 6,8%.

Também no que se refere à dívida, a agência é mais pessimista que o Governo: prevê que o seu peso em percentagem do Produto Interno Bruto (PIB) será de 84,8% este ano e 89,2% em 2011 (o Governo prevê 83,4 e 85,9%, respectivamente).

NO passado dia 13 de Julho, a agência cortou o rating da dívida nacional em dois níveis, devido às perspectivas de crescimento económico fraco no médio prazo e enfraquecimento da capacidade financeira do Estado. Os dois factores combinados poderão levar, segundo as previsões da Moody's, a um aumento do nível de dívida pública para cerca de 90% do PIB e dos 210% face às receitas.

Moody's avisa: fraco crescimento pode cortar ratings europeus

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No mesmo documento, a Moody's admite que o crescimento económico pode ficar abaixo o esperado e avisa que, se isso acontecer, podem vir aí novos cortes de rating.

A agência de notação financeira diz que o crescimento europeu deverá ser inferior ao das restantes regiões, devido à necessidade de cortar os défices orçamentais dos países e reduzir as dívidas. E a perspectiva de um crescimento mais lento «apresenta claramente um risco para a classificação da dívida soberana».

«Os países que enfrentam desequilíbrios persistentemente fortes podem sofrer uma pressão negativa renovada nos seus ratings no futuro, dependendo do tempo que o processo durar», revela a agência, que promete acompanhar de perto se as medidas de austeridade têm a capacidade de aumentar o crescimento. «Os ratings dos países que seguirem esse caminho têm maior probabilidade de manter os actuais níveis».

«Dada a magnitude do desafio orçamental e a necessidade de sustentar uma política orçamental dura por vários anos, os riscos para o crescimento económico representam também um risco para a notação financeira», refere. É que a fragilidade da retoma económica reduz a capacidade de os países absorverem eventuais novos choques.

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A juntar aos problemas orçamentais, existe a preocupação com a desalavancagem, que limita o crescimento.

Mas, se as perspectivas são fracas para o curto prazo, tudo isto pode resultar melhor no médio prazo: a correcção dos desequilíbrios pode aumentar a confiança dos mercados, melhorando a perspectiva desses mesmos países no médio prazo.

O relatório analisa ainda a evolução dos diferentes países, notando que a crise aumentou as discrepâncias. Assim, a Alemanha deverá registar um défice de 5% este ano, enquanto que Irlanda, Espanha, Grécia e Letónia vão registar défices de dois dígitos.

Veja aqui a reportagem

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