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Hugo Chávez: «Mentiram-me, enganaram-me»

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Os eleitores venezuelanos disseram «não» em referendo à reforma constitucional proposta pelo presidente do país. Hugo Chávez admitiu a derrota publicamente, mas, longe das atenções mediáticas apontou o dedo aos seus assessores, que responsabilizou pelo resultado da votação, que não lhe permite ser reeleito sem limite de mandados, como pretendia.

Segundo noticia o jornal espanhol El Mundo, a reacção de Chávez no interior do seu gabinete foi algo diferente da que chegou às estações de televisão do mundo inteiro. «Isto é contrário à lógica», terá repetido várias vezes o líder do país latino-americano, sem a serenidade mediática que exibiu após a derrota.

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Com os dados a apontarem o fracasso nas urnas, Chávez terá bradado contra os seus assessores, acusando-os de lhe terem prestado informações faltas. «Mentiram-me, enganaram-me», protestou o líder perante Diosdado Cabello, um dos homens da sua confiança.

O Comando Zamora, que tinha a seu cargo a propaganda eleitoral, foi visado de forma especial, já que lhe tinha garantido que a vitória estava assegurada, contrariando os indícios apontados pelos serviços de inteligências do que viria a verificar-se após a contagem dos votos.

A reacção particular de incredulidade do presidente acabou por transpirar para os media. O El Mundo descreve que Chávez caminhava pela sala onde acompanhou o dia eleitoral, com uma exclamação repetida: «Não pode ser assim. Isto é contrário à lógica».

O presidente também se terá manifestado renitente em reagir ao resultado. Só o fez quando estava contabilizada a totalidades dos votos. O conselho de «enfrentar a realidade» foi acatado depois de pressões de um determinado sector do exército.

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«Saí do dilema e já estou tranquilo»

Em referendo, 50,7 por cento dos eleitores rejeitaram esta reforma. Publicamente, Hugo Chávez disse respeitar os resultados da consulta.

«Com o coração vos digo que por horas estive num dilema. Saí do dilema e já estou tranquilo, espero que os venezuelanos também», afirmou o presidente em entrevista, logo após o resultado apontado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

«Dou os parabéns aos meus adversários por esta vitória», disse o presidente venezuelano, que propôs as mudanças à Constituição de 1999. «Por enquanto, não conseguimos», manifestou Chávez, antes de acrescentar que cumpre seu compromisso de respeitar as instituições.

Segundo o apuramento feito pelo CNE, 50,7 por cento dos venezuelanos votaram contra o primeiro bloco de artigos submetidos à consulta, enquanto 49,29 por cento optaram pelo «sim». O segundo bloco de reforma foi rejeitado por 51,05 por cento dos eleitores enquanto 48,94 por cento o aprovaram. A votação foi marcada pela abstenção às urnas, que chegou a 44,9 por cento.

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