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Clima: «Portugal na liderança»

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Primeiro-ministro diz que alterações climáticas são «oportunidade» para «reconversão industrial e inovação tecnológica». Na assinatura da parceria internacional sobre o mercado de emissões de carbono, Sócrates pediu desculpa pela «imodéstia», antes de apresentar país como exemplo a seguir em termos de energias renováveis

O primeiro-ministro, José Sócrates, disse esta segunda-feira, em Lisboa, que quer Portugal na liderança da luta contra as alterações climáticas e no domínio das energias renováveis. Perante os signatários da Parceria Internacional para a Acção do Carbono, que definiu a convergência dos mercados de emissões de diversos países da UE, Noruega, Nova Zelândia e alguns estados dos EUA, o chefe de Governo apresentou algumas das medidas com que pretende transformar as alterações climáticas numa «oportunidade».

A intervenção do chefe de governo português iniciou-se em inglês, com os cumprimentos e saudações formais aos representantes do países e estados signatários do acordo, reunidos no Pavilhão Atlântico. Ainda em inglês, pediu aos presentes que colocassem os auscultadores de tradução simultânea nos ouvidos. E, em português, pediu desculpa pela «imodéstia», traçou em seguida o cenário de um «Portugal que foi ainda mais longe» do que a UE em alguns compromissos na área ambiental e energética.

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«Na UE definimos como meta atingir 20 por cento do consumo de energia a partir de fontes renováveis, até 2020, mas quero que saibam, desculpem a imodéstia, que em Portugal fomos ainda mais longe, e colocámos a fasquia em 45 por cento do consumo de electricidade, a partir de energias renováveis, já em 2010», disse o primeiro-ministro, considerando esta como «uma das três mais ambiciosas metas em toda a Europa».

«Olhamos para as alterações climáticas como uma oportunidade»

O governante realçou o acordo assinado hoje, dizendo que este «não aconteceu por não acaso» em Lisboa. «Nós olhamos para as alterações climáticas como uma oportunidade. E é por isso que aqui em Portugal evoluímos muito. Em 2005, Portugal foi o pais da UE que mais cresceu na capacidade de produção de energia eólica, em 2006, tivemos o segundo maior crescimento, em 2007 e 2008, temos esperança de nos manter na liderança ao nível da utilização do vento como fonte de energia», justificou.

Na descrição de um país exemplar, Sócrates apresentou ainda outras medidas. «Aqui em Portugal decidimos antecipar em dez anos, para 2010, a meta europeia de 10 por cento de incorporação de biocombustíveis».

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O primeiro-ministro realçou ainda o imposto automóvel português como «um dos mais verdes de toda a UE», devido à «grande percentagem da tributação automóvel ser feita em função das emissões de CO2».

Quanto à energia solar, recordou: «Temos as duas maiores centrais fotovoltaicas do mundo» e «aprovámos recentemente um regime muito favorável de microgeração para incentivar os portugueses a instalar painéis solares e pequenos geradores eólicos nas suas casas».

O plano que prevê a construção de dez novas barragens também fez parte do alinhamento, com uma ilustração: «O aproveitamento do potencial hídrico passará dos actuais 46 por cento para 70 por cento». Tal como o «projecto experimental ao nível da energia das ondas».

«Revolução tecnológica»

O empenho português nestas áreas foi justificado pelo primeiro-ministro com um sublinhado nos custos da poluição e a garantia de que este «constitui o melhor estímulo à mudança de comportamentos e mentalidades bem como à reconversão industrial e à inovação tecnológica».

«Portugal quer estar na liderança mundial e na linha da frente em matéria de alterações climáticas e em matéria de energias renováveis. Temos consciência que as energias renováveis assim como a eficiência energética são os aspectos centrais da revolução tecnológica que queremos implementar ao longo dos próximos anos», concluiu.

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