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Sindicatos da função pública dizem que aumentos de 2,9% não chegam

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Pedidos das estruturas sindicais iam dos 3,5 aos 5%

Os sindicatos da função pública consideram que a proposta de aumentos salariais que o Governo pretende apresentar, e que anunciou esta terça-feira aquando da apresentação do Orçamento do Estado, de 2,9%, é «insuficiente».

O Governo explicou que o valor é suficiente para cobrir a taxa de inflação prevista para o ano que vem, que é de 2,5%, e permite ainda recuperar algum do poder de compra perdido nos últimos anos.

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Mas, para os sindicatos ouvidos pela «Lusa», estes aumentos não repõem o poder de compra que os trabalhadores têm perdido.

STE queria 4%

«A proposta do Governo fica aquém do que pretendemos pois não cobre o poder de compra perdido pelos trabalhadores», disse à agência estatal Bettencourt Picanço, presidente do Sindicato dos Quadros técnicos do Estado (STE), filiado na UGT, estrutura que reivindica aumentos salariais de 4%.

«Esperamos que o primeiro-ministro cumpra a sua palavra e que os funcionários públicos não percam poder de compra este ano e no próximo», disse Bettencourt Picanço, defendendo que o aumento de 2009 tem de cobrir o que foi perdido em 2008 devido «à derrapagem da inflação para os 3%».

A coordenadora da Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública, Ana Avoila, também considerou que a proposta do Governo «não dá para recuperar o poder de compra perdido este ano».

«A proposta de aumentos de 2,9% não corresponde às reivindicações da Frente Comum porque não prevê a recuperação dos 0,9% perdidos este ano», disse a sindicalista.

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Frente Comum exigia 5%

A Frente Comum (CGTP) reivindica um aumento de 5% para 2009 e um aumento de 0,9% para colmatar o poder de compra perdido.

Para o secretário-cordenador da Frente Sindical da Administração Pública (FESAP), Nobre dos Santos, a proposta do governo «é positiva, mas insuficiente».

«Este valor (2,9%) é interessante para iniciar a negociação mas esperamos que não seja o valor para aplicar pois esperamos que haja um verdadeiro processo negocial, que não aconteça como no último ano», disse o sindicalista lembrando que o Governo não alterou a proposta de aumento para 2008 ao longo da negociação.

FESAP pediu 3,5%

A FESAP (UGT) apresentou ao Governo uma proposta de aumentos de 3,5% mais a recuperação dos 0,9% perdidos ao longo de 2008 devido «à derrapagem da inflação para os 3%».

Os funcionários públicos tiveram este ano um aumento salarial de 2,1%, que era o valor que o Governo previa para a taxa de inflação.

Esta terça-feira, o ministro das Finanças, quando apresentou em conferência de imprensa a proposta de Orçamento do Estado para 2009 afirmou que o ano de 2008 vai terminar com uma taxa média anual de inflação de 2,9%.

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Para 2009 o ministro Teixeira dos Santos prevê uma taxa média anual de inflação de 2,5%.

A proposta salarial do Governo foi enviada para os sindicatos ao início da noite, depois da entrega da proposta de Orçamento do Estado na Assembleia da República.

Os sindicatos foram entretanto contactados pelo Ministério das Finanças para a marcação do início do calendário negocial para o dia 23.

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