A antiga provedora da Casa Pia, Catalina Pestana, nunca recebeu qualquer denúncia relativa a abusos sexuais visando o educador do lar Cruz Filipe suspenso esta semana, por ordem do Ministro do Trabalho, e só soube das suas possíveis ligações a abusos sexuais pelos jornais esta semana.
«Nunca recebi qualquer denúncia sobre este educador relativa a abusos sexuais», referiu a provedora em declarações ao PortugalDiário acrescentando que falou com este profissional «uma única vez ao telefone, após um aluno ter dito que estava zangado com ele».
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Na sequência da conversa com o menor surdo/mudo «intermediada por um tradutor», uma vez que Catalina não entende linguagem gestual, a antiga provedora falou ao telefone com o educador, tendo o problema ficado sanado. «Nada tinha a ver com abusos sexuais», garante.
Novo julgamento
Catalina Pestana adiantou ainda ter sabido «pela polícia», já no decorrer da investigação do mega-processo da «Casa Pia», de um caso de abusos sexuais "omitido" e que estava ligado ao colégio Colégio Jacob Rodrigues Pereira. Esse processo vai começar a ser julgado no próximo dia 27 de Novembro.
O arguido é um antigo monitor do Lar Cruz Filipe, integrado no Colégio Jacob Rodrigues Pereira, dirigido por Maria Augusta Amaral até Junho deste ano, altura em que se reformou. As alegadas vítimas são um rapaz e uma rapariga do lar.
Os alegados crimes aconteceram antes de Catalina Pestana assumir o lugar de provedora e, apesar do monitor ter sido expulso, não houve qualquer participação às autoridades. Nem à provedoria após a posse de Catalina.
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«Este é outro Bibi»
De acordo com informações recolhidas pelo PortugalDiário, o funcionário suspenso esta semana estava referenciado há largos anos como «abusador» e «angariador» de menores para práticas sexuais com adultos fora da Casa Pia.
«Este é outro Bibi», referiram fontes ouvidas pelo PortugalDiário, acrescentando que o educador contou sempre com protecção superior dentro do colégio onde trabalhava.
Este educador suspenso foi, de resto, um dos vários nomes denunciados por uma testemunha que recentemente prestou depoimento no Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa.
Posteriormente, também um aluno da instituição, segundo o «SOL», formalizou uma queixa contra o funcionário suspenso.
Refira-se que, além de Catalina Pestana, mais pessoas, incluindo o advogado e antigo aluno da instituição, Pedro Namora, já prestaram declarações ao Ministério Público, após as novas denúncias feitas pela ex-provedora em Maio passado.
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