O ex-secretário-geral do PS Ferro Rodrigues depõe quinta-feira como testemunha no julgamento Casa Pia, depois do seu nome ter sido envolvido no escândalo sexual por duas das alegadas vítimas, que processou por difamação e calúnia, noticia a Lusa.
O nome do actual embaixador de Portugal na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) foi citado em julgamento por dois jovens - um dos quais assumido braço direito do principal arguido, Carlos Silvino da Silva («Bibi») -, como estando envolvido em abusos sexuais ou presente em casas onde estes aconteceram.
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Eduardo Ferro Rodrigues foi também referido pela ex-provedora da Casa Pia Catalina Pestana, que, no seu longo depoimento no julgamento deste caso, garantiu que dois jovens lhe relataram situações em que teriam sido abusados pelo antigo dirigente socialista numa casa em Colares. Ferro Rodrigues foi arrolado como testemunha pelos arguidos Carlos Silvino da Silva e Carlos Cruz.
O ex-líder socialista, que se demitiu do cargo em Julho de 2004, teve destaque na comunicação social por o seu nome fazer parte de escutas telefónicas de conversas entre destacados dirigentes socialistas com o antigo ministro Paulo Pedroso, que chegou a estar preso preventivamente e acusado de 23 crimes de abusos sexuais no âmbito do processo Casa Pia, mas foi ilibado em fase de instrução.
Na altura, Eduardo Ferro Rodrigues defendeu que o processo Casa Pia não passava de «um assassinato político» e traçou uma «teoria da cabala» contra os dirigentes socialistas. Ferro Rodrigues processou os jovens que o acusaram no inquérito e no julgamento, mas os processos acabaram todos arquivados pelo Ministério Público, estando ainda a correr um recurso sobre um dos arquivamentos.
Apesar das acusações dos dois jovens, o antigo líder socialista, que foi ouvido como testemunha na fase de inquérito, nunca foi indiciado por qualquer ilícito relacionado com este caso em julgamento, que conta com sete arguidos.
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