Conselho Superior do BCP reúne-se hoje

Depois da tempestade, alguma bonança. Ou melhor, uma verdadeira guerra fria. Hoje, quando logo pela manhã se reunir o conselho superior do Millennium BCP, presidido por Jorge Jardim Gonçalves, Paulo Teixeira Pinto não será alvo de qualquer pedido de destituição, diz o «Diário Económico».

Nem isso estará sobre a mesa mais à tarde, no momento em que reunir o conselho geral e de supervisão. Na verdade, a destituição é assunto encerrado. A estratégia mudou. Fonte próxima de Jardim Gonçalves confirmou que o objectivo do fundador do banco é garantir estabilidade e, por isso, Paulo Teixeira Pinto cumprirá o seu mandato até ao fim.

Mesmo que as propostas que o grupo de sete accionistas leva à Assembleia Geral de 6 de Agosto sejam chumbadas pelos accionistas que apoiam Jardim Gonçalves.

Paulo Teixeira Pinto mantém-se na expectativa, mas sente que existe agora mais espaço para concretizar o que sempre procurou, consenso de posições. Melhor dito: Teixeira Pinto sabe que propostas radicais não serão capazes de reunir grandes consensos, e reconhece que um banco que representa quase 30% do sistema financeiro português não pode revelar a instabilidade demonstrada na guerra acesa das últimas semanas.

Portanto, os dois lados moderam agora as suas forças e concentram energias na Assembleia Geral, onde (dizem os dois lados ao Diário Económico) se decidirá democraticamente o que sucede ao banco.

Fonte próxima de Jardim Gonçalves disse que o fundador do banco não deverá avançar com nenhuma nova proposta na convocatória da Assembleia-geral de 6 de Agosto.

O prazo legal para que tal possa ocorrer termina amanhã. «Jardim Gonçalves não pediu a convocatória, retirou a proposta do ponto oitavo (da AG de 28 de Maio). Porque é que tem que fazer alguma coisa?», questionou uma das fontes próximas do engenheiro.

A disputa acabará por ser resolvida na próxima Assembleia Geral: «É assim que deve ser e o objectivo é atingir a maioria», precisou.