BCP afunda 12% e atira Lisboa ao tapete

Foi a primeira sessão negra do ano para os mercados accionistas. A bolsa nacional afundou quase 2%, numa Europa atormentada por receios em torno do sector financeiro.

O PSI20, em Lisboa, deixou para trás oito sessões consecutivas de ganhos e registou mesmo a segunda pior «performance» na Europa: perdeu 1,90 por cento para 5.591,76 pontos e viu 19 das 20 empresas cotadas a fecharem em queda.

No Velho Continente, Milão caiu 2,04%, Madrid perdeu 1,72%, Paris escorregou 1,59%, Frankfurt desceu 0,89% e Londres tombou 0,55%.

A explicação para tudo isto é simples: o Unicredit - o maior banco de Itália em activos - anunciou que vai avançar com um aumento de capital de 7,5 mil milhões de euros, que será feito com um desconto de 43% face à cotação de fecho da sessão passada. A notícia ressuscitou os receios de outros bancos poderem ter de proceder a aumentos de capital, no seio da Europa. Os bancos reagiram mal e os investidores não gostaram.

Isto tudo no dia em que se soube que os bancos europeus depositaram um valor recorde no Banco Central Europeu (BCE), entre ontem e hoje, que ascendeu a 453 mil milhões de euros.

BCP liderou as quedas

Por cá, o sector financeiro também foi o mais castigado, apesar de Portugal ter realizado hoje o primeiro leilão de dívida do ano e ter visto os juros caíram a pique.

O BCP afundou 12,00% para 0,132 euros, pondo fim a 8 sessões de ganhos. O BES caiu 8,79% para 1,224 euros, o BPI recuou 5,04% para 0,471 euros e o Banif cedeu 4,69% para 0,325 euros.

Depois, entre as empresas dos restantes sectores, a Zon Multimédia desceu 6,67% para 2,445 euros e a Portugal Telecom tombou 2,54% para 4,434 euros, em dia de pagamento de dividendo intercalar.

Também a Galp Energia desvalorizou 0,52% para 12,300 euros, apesar de o preço do petróleo já ter voltado aos ganhos no mercado de Londres, depois de uma ligeira correcção esta manhã.

A impedir a bolsa de maiores quedas ficou apenas a EDP. A eléctrica valorizou 0,28% para 2,470 euros.