Deutsche Bank vai abrir casino e hotel de luxo - TVI

Deutsche Bank vai abrir casino e hotel de luxo

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Banco ficou com negócio inesperado e indesejado em mãos quando o promotor do empreendimento deixou de pagar o empréstimo

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O Deutsche Bank vai inaugurar na passagem de ano um complexo turístico, o Cosmopolitan, que engloba um casino e um hotel de luxo com três mil quartos.

O banco financiou o promotor do empreendimento mas, em 2008, o cliente deixou de pagar o empréstimo. O Deutsche ficou com o projecto, e decidiu conclui-lo. Um negócio inesperado e indesejado, que absorveu 4 mil milhões de dólares de investimento, numa altura em que o capital é um bem raro e precioso, e muito necessário para outros fins.

O investimento é também uma aposta de risco, já que, há apenas um ano que a MGM Resorts abriu o complexo City Center, no valor de 8,5 mil milhões de euros, mesmo ao lado do Cosmopolitan. E isto numa altura em que até a indústria do jogo está em baixo de forma. Consequência da crise financeira global, os empresários do sector tiveram de despedir milhares de trabalhadores para cortar custos e baixar o preço dos alojamentos nos hotéis para atrair os jogadores.

Muitos outros casinos acabaram por cair às mãos da crise. Por exemplo, a empresa Body Gaming anunciou que não deverá retomar as obras no projecto de 4,8 mil milhões de euros, o Echelon casino, nas proximidades do Cosmopolitan, nos próximos três a cinco anos. Também ali ao lado, o Fontainebleau Las Vegas foi abandonado a meio da construção e foi retirado da bancarrota por Carl Icahn, o investidor activista, a preço de saldos: 156 milhões de dólares.

A história da chegada do Deutsche a esta indústria começou em 2004, quando o banco emprestou 60 milhões de dólares ao empresário Ian Bruce Eichner, para construir o casino e o complexo. Na altura, a indústria do jogo estava em alta, e Las Vegas liderava o crescimento. Mas quando a economia caiu a pique, foi Vegas que sofreu a queda mais vertiginosa. Em 2008 já o Deutsche tinha aumentado os empréstimos ao empresário para 760 milhões de dólares.

Como as conversações com vista à venda do projecto a outras empresas acabaram por falhar, o banco decidiu ficar ele próprio com o negócio, mas nunca chegou a explicar bem porquê. Os analistas acreditam que o banco tentou assim evitar um forte writedown, ou seja, evitar que a avaliação dos seus activos registasse uma forte queda. Para além disso, dizem, é possível que o banco tenha esperança de vender o projecto no futuro, a um preço muito mais alto.

«Como um investidor financeiro no projecto, estamos convencidos que a equipa de gestão vai desenvolver um negócio extraordinário e servir o interesse dos nossos accionistas o melhor que puderem», refere o Deutsche nos dias que correm.

Até agora, o banco já «enterrou» 4 mil milhões de dólares no projecto, o que lhe custou 921 milhões de dólares de writedowns, praticamente o mesmo valor que teria custado se tivesse virado costas ao projecto na altura.

O complexo é inaugurado nesta passagem de ano, com concertos dos Coldplay e Jay-Z.
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