«Há patrões que não sabem ser gestores»

«Há patrões que não sabem ser gestores», disse esta terça-feira o coordenador da Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa, António Chora, sublinhando o clima de confiança na sua empresa, que contrasta com o de muitas outras.

«Na Autoeuropa há informação atempada à Comissão de Trabalhadores, há partilha de informação com os trabalhadores. Noutros lados há desconfiança mútua, há falta de informação aos órgãos dos trabalhadores, que, por sua vez, também desconfiam da empresa», disse António Chora à Lusa.

Embora reconheça que há empresas portuguesas que já têm uma gestão moderna, António Chora está convicto de que, em muitas outras, há «falta de diálogo» e «patrões que não sabem ser gestores».

Trabalhadores vão a votos

Esta quarta-feira os funcionários vão escolher entre duas listas para a comissão de trabalhadores - uma encabeçada por António Chora e outra por José Carlos Silva.

Ligado ao Bloco de Esquerda, António Chora, coordenador da Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa cessante e primeiro subscritor da Lista A, já mereceu várias vezes a preferência dos trabalhadores.

A Lista B, reconhecidamente mais próxima do PCP, tem José Carlos silva como cabeça de lista, que também deverá integrar a Comissão de Trabalhadores, dado que a eleição se realiza pelo «método d'Hont», que se traduz na eleição sucessiva dos candidatos que reúnem maior número de votos.

Autoeuropa vale quase 1% da economia

Construído há mais de 20 anos, a fábrica de automóveis da Autoeuropa foi o maior investimento estrangeiro realizado à época em Portugal. Hoje, as suas exportações valem cerca de um por cento do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.

A Autoeuropa exporta 99 por cento da produção, principalmente para a Europa, com grande destaque para o mercado alemão, Estados Unidos e China.