OCDE vai cortar crescimento económico para menos de 2%

A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económicos (OCDE) prepara-se para rever em baixa a previsão de crescimento para o conjunto dos Estado que a integram.

Segundo indicou esta quarta-feira o seu secretário-geral, Angel Gurria, a nova previsão de crescimento económico da OCDE para este ano deverá ser inferior a 2%.

O responsável admitiu, numa entrevista em Oslo, que «2008 vai ser um ano difícil» e «de crescimento mais baixo», alertando mesmo para a probabilidade de surgirem algumas «surpresas mais desagradáveis».

A nova previsão da OCDE, inferior a 2%, será a mais baixa desde 2003 e representará um corte significativo face à expectativa apresentada em Dezembro passado, que era de 2,3%. Implicará também uma desaceleração acentuada face ao crescimento de 2,7% registado em 2006.

As novas previsões da OCDE deverão ser divulgadas a 20 de Março.

Revisões em baixa na Europa e EUA

A OCDE tinha já anteriormente reconhecido uma desaceleração na expansão económica dos 30 países que a integram.

A economia norte-americana foi uma delas, entrou em forte desaceleração no quarto trimestre de 2007. Nos últimos três meses do ano passado, o crescimento ficou-se pelos 0,6 por cento, muito abaixo dos 4,9% registados no terceiro trimestre. Contas feitas, também o crescimento anual de 2007 da maior economia do Mundo desacelerou, dos 2,9% de 2006 para apenas 2,2%, o ritmo mais baixo desde 2002.

Para 2008, a Reserva Federal também reviu em baixa a sua previsão, meio ponto percentual, para um intervalo de entre 1,3% e 2%, face ao 1,8% a 2,5% projectados em Outubro.

Já o homólogo na Europa, o Banco Central Europeu (BCE), reviu em baixa, em meados de Fevereiro, as suas previsões de crescimento económico da Zona Euro para 2008, de 2,1% para 1,8%.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que o crescimento económico na Zona Euro seja inferior a 2% em 2008, quando ainda em Outubro previa 2,1%. No seu último relatório sobre a conjuntura mundial publicado em Novembro, o FMI previa para 2008 um crescimento económico de 2,1%, depois dos 2,5% de 2007.