TAP falha meta de lucros para 2005

As contas ainda não estão fechadas, mas fontes da companhia aérea nacional confirmaram já à «Agência Financeira» que as metas não vão ser atingidas, dado o alto preço do combustível. «O facto é que o preço do petróleo diminuiu nos últimos meses, mas o jet fuel não tem acompanhado de forma proporcional essa descida». Uma situação que nem mesmo o aumento da actividade consegue compensar.

Refira-se que, segundo a mesma fontes, a relação entre o preço do jet fuel e o do ouro negro é de cerca de 100 vezes. Ou seja, mesmo quando o crude começou a aligeirar o preço para os 57 dólares o barril, passados os vários furacões nos EUA, o combustível para a aviação manteve-se acima dos 600 dólares a tonelada.

Uma situação que tem vindo a fazer disparar a factura de custos das companhias aéreas, que mesmo aumentando as taxas sob estes produtos aos passageiros, não têm conseguido fazer repercutir o valor que estão a pagar a mais.

«O desafio foi sempre tentar chegar ao verde», afirmou fonte da companhia, acrescentando que a terem conseguido lucros em 2005, estes terão ficado «em valores marginais».

«A TAP não pode ser mais agressiva no corte de custos, porque senão prejudicará o seu crescimento», afirmou Fernando Pinto, em Março de 2005, aquando a apresentação de lucros em 2004, pelo segundo ano consecutivo. Ainda assim, a transportadora terá contado com a poupança conseguida com a redução do pagamento das comissões ás agências de viagens. Menos 25 milhões de euros, no ano passado, que se juntam aos 20 milhões que conseguiram no ano anterior.

Em 2004, a subida do preço dos combustíveis levou a um desvio nas contas da TAP de 72 milhões de euros. Este ano, a TAP esteve a trabalhar com uma estimativa média para o preço do petróleo de 45 dólares.

No final do primeiro semestre de 2005, a TAP agravou os prejuízos, registando perdas de 44 milhões de euros, face aos 35 milhões de euros do mesmo período do ano passado, exactamente devido ao aumento da factura de combustível.

De acordo com o Chief Financial Officer (CFO) da empresa, Michael Conolly, em conferência de imprensa em Agosto último, entre Janeiro e Junho do ano passado, a empresa gastou mais 35 milhões de euros com combustíveis do que no homólogo. Ou seja, nos primeiros seis meses de 2005, a TAP gastou 118 milhões de euros com o combustível, mais 42% que os 83 milhões gastos em 2004. Ainda assim, a diferença acabou por ter um impacto negativo «de apenas 9 milhões de euros no resultado líquido», dizia na altura.