Timor: plano era  raptar Xanana - TVI

Timor: plano era raptar Xanana

  • Portugal Diário
  • 15 fev 2008, 10:44
Xanana Gusmão (arquivo)

Novo líder dos rebeldes, Gastão Salsinha, revela que Alfredo Reinado foi abatido a tiro pelas forças de segurança de Ramos-Horta e que emboscada foi preparada apenas três dias antes do ataque Os «reles cobardes» da ONU

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Gastão Salsinha é o novo líder dos rebeldes timorenses, confirmou o próprio em entrevista à BBC. O tenente, que prestou declarações por telefone, assumiu que a intenção do ataque que liderou era o de raptar Xanana Gusmão e não o de assassinar o primeiro-ministro.

Gastão Salsinha referiu ainda que, no ataque à residência do presidente José Ramos-Horta, foi a segurança presidencial que iniciou os disparos e que abateu mortalmente o major Alfredo Reinado.

Lista de procurados aumenta

Gastão Salsinha é um dos nomes que constam na lista de cinco novos mandados de captura assinados na noite de quinta-feira pelo juiz do processo.

Em declarações à televisão australiana Canal Nine, o ex-tenente Gastão Salsinha disse que não tem qualquer intenção de se render. «Se o exército do Timor-Leste me vier capturar, vou-me defender», disse o oficial rebelde

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No início desta semana, o procurador-geral da República timorense, Longuinhas Monteiro, já tinha revalidado 18 mandados de captura emitidos o ano passado contra o grupo de rebeldes, que entretanto tinham sido suspensos em virtude da abertura de um processo de negociações. Há, no entanto, notícia de que serão 30 os procurados.

A lista de nomes dos suspeitos não foi divulgada, mas o procurador-geral da República, Longuinhos Monteiro, disse à imprensa australiana que um dos mandados de captura emitidos é em nome de Gastão Salsinha, suspeito de liderar a emboscada falhada à viatura onde seguia o primeiro-ministro Xanana Gusmão.

Procurador tinha informações há três dias

Mari Alkatiri, líder do partido da oposição, a Fretilin, acusou quinta-feira a Procuradoria-geral da República de ter tido conhecimento prévio dos ataques.

O procurador-geral Longuinhos Monteiro confirmou ter recebido informação sobre um eventual ataque em preparação pelo grupo de rebeldes três dias antes do atentado.

«Sim, tivemos a informação três dias antes, mas tínhamos poucos recursos para analisar a informação», disse. Os dados que possuía, assegura, não diziam respeito aos atentados propriamente ditos, mas sim a movimentações por parte do grupo de Alfredo Reinado.

As provas contra os rebeldes

Pelo menos cem testemunhas dos atentados foram ouvidas na investigação aos atentados, revelou. Monteiro considera que deverão ser emitidos mais mandados de captura nos próximos dias. Os depoimentos prestados terão revelado mais pormenores sobre os atentados. As provas já recolhidas contra os suspeitos incluem conversas telefónicas e mensagens por sms.

Carro da emboscada tinha matrícula oficial

O procurador-geral da República revelou à imprensa australiana que um dos carros usados no ataque ao presidente Ramos-Horta tinha matrícula governamental, esclarecendo, contudo, tratar-se de uma placa roubada a uma viatura oficial.

Terá sido Gastão Salsinha quem liderou o ataque na passada segunda-feira à caravana do primeiro-ministro Xanana Gusmão, de acordo com testemunhas ouvidas no local, pouco depois do ataque em que o Presidente da República, José Ramos-Horta, foi gravemente ferido e em que foi morto o major Alfredo Reinado.
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